Vendas online e logística incentivam crescimento no sector industrial

1115
Imagem gatikwe.com.

O crescimento do e-commerce é irreversível. As estimativas apontam para que em 2040 cerca de 95 por cento das compras, sejam do consumidor final (B2C) ou das empresas (B2B), aconteçam através de plataformas de comércio eletrónico.

A pandemia COVID-19 veio intensificar ainda mais as tendências de crescimento do e-commerce apontadas antes de crise, tendo este sido um dos setores mais beneficiados em todo o mundo. Por isso, torna-se cada vez mais indispensável a capacitação das empresas para entrarem nos mercados eletrónicos globais – os chamados ‘marketplaces’, que se assumem “como novas geografias”, onde existem especificidades e desafios próprios e oportunidades a explorar.

Conselhos úteis para implementar serviços de e-commerce

  • Decidir qual o melhor método para vender online: loja própria, marketplace, redes sociais ou uma combinação destas opções, uma vez que exigem níveis de investimento diversos, margens de negócio distintas, maior ou menor dependência de terceiros, entre outras diferenças;
  • Selecionar a melhor tecnologia para gerir as encomendas e os stocks e garantir que a loja online, se for essa a opção, está disponível 24 horas, todos os dias da semana;
  • Optar por um sistema de logística ágil, eficaz e competitivo, de modo a que o cliente possa receber rapidamente as suas encomendas e com baixos custos de envio.

Discurso direto

“A resistência do canal tradicional ao meio online será tanto maior quanto menor for o valor que agregam a essa nova cadeia, devendo avaliar-se rigorosamente a perceção que o novo consumidor tem dos seus negócios tradicionais” – Fernando Aparício, diretor da AMVOS Digital e professor do Instituto de Empresa (Revista PortugalGlobal).

E-commerce alavanca crescimento e internacionalização da economia portuguesa

O estudo “Economia e Sociedade Digital em Portugal 2020”, desenvolvido pela Associação da Economia Digital (ACEPI) em parceria com a IDC, indica que o e-commerce está a alavancar o crescimento e a internacionalização das empresas portuguesas. O valor do comércio eletrónico B2C pode ter alcançado, em 2020, em Portugal, “quase 8 mil milhões de euros”. O valor do comércio eletrónico B2C e B2B, somado, em 2019, em Portugal, ter-se-á situado em 96 mil milhões de euros. A taxa de empresas de grande dimensão que vende online situa-se nos cerca de 52%. Já as empresas que têm o comércio eletrónico como uma forma de exportar online os seus produtos e serviços indicaram que os países que possuem um maior peso no volume do comércio eletrónico são Espanha e França, com um peso próximo dos 40%, logo seguidos do Reino Unido e dos PALOP.

Exemplos na Península Ibérica

» O Grupo Casais lançou uma nova marca de uma plataforma digital para promover construção sustentável, eficiente e saudável. A FioBlu disponibiliza o portfólio de produtos e soluções de construção sustentáveis que permitem melhorar a eficiência construtiva e energética dos espaços e contribuir para o desenvolvimento de edifícios mais saudáveis. Estará acessível tanto a profissionais do setor como a particulares.

» Desde o início de 2020, mais de 80 empresas do sector do calado já investiram no universo digital, seja através da associação a plataformas internacionais de prestígio, a criação de lojas online ou campanhas de marketing digital. Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), foram investidos em 2021 cerca de três milhões de euro. Portugal exporta quase 95% da sua produção de calçado para 163 países, tendo chegado a 43 novos destinos na última década.

» A aposta no comércio eletrónico tem estado muito presente também no país vizinho. Um dos exemplos da aposta feita em oferecer serviços de qualidade é da Ractem, líder europeia no fabrico de prateleiras, com presença em Espanha, França, Alemanha e Itália e uma clara vocação internacional. A empresa é especializada em prateleiras metálicas , com um amplo catálogo de equipamentos para balneários, cacifos, mesas de trabalho e todo o tipo de artigos de organização, garantindo “qualidade industrial a preços competitivos” também “graças às vendas pela Internet.”

Portugal com grande capacidade de atração de investimento para o setor logístico

Portugal está entre os cinco países europeus com maior capacidade de atração de investimento para o setor logístico, apenas atrás de França, Alemanha, Espanha e Itália indica o relatório “European Real Estate Logistics Census”, da Savills, que analisa este mercado e mostra como a pandemia impactou a dinâmica da procura desta classe de ativos. Os operadores vão procurar aumentar a sua capacidade de armazenagem para acomodar o crescimento da procura através de plataformas online.

Digitalização entre as grandes tendências na área da logística

A digitalização é assumida como uma das grandes tendências na área da logística (e-commerce e cadeias e abastecimento) levando a indústria a reforçar as equipas. Conclusões do Guia do Mercado Laboral 2022 da Hays, empresa de serviços de RH, que analisou as tendências de emprego em Portugal em 2021 sob efeito da crise pandémica.