A maioria das escolas estão esta sexta-feira de portas fechadas por força da jornada de protesto do pessoal não docente, com os sindicatos a apontarem para uma elevada adesão.
“Podemos pois afirmar que a greve ronda os 90% em todo o nacional, mas também no distrito de Aveiro”. Garantia dada, ao princípio da tarde, por António Macário, da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (STFPS).
No concelho de Aveiro, as maiores escolas, incluindo as sede de agrupamento, estão sem aulas (Secundárias Magalhães Lima, Mário Sacramento, José Estevão e as EB 2,3 João Afonso, Eixo, Aradas e S. Bernardo ou Cacia por exemplo). A secundária Homem Cristo é das poucas exceções.
Os dados recolhidos pela organização sindical davam conta, de resto, que estavam encerradas “várias dezenas” de escolas do ensino básico e secundário no distrito de Aveiro.
Da lista fazem “todas ou quase todas” dos concelhos de Aveiro, Feira, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Espinho, Ovar, Ílhavo, Vale de Cambra, Estarreja, Mealhada, Anadia, Vagos, Arouca, Albergaria-A-Velha e Estarreja.
“Dezenas de escolas do 1º ciclo e do pré-escolar”, também em todos os concelhos do distrito de Aveiro”, estiveram fechadas.
“Outras escolas funcionam anormalmente, atendendo aos poucos trabalhadores não grevistas para garantir a segurança da escola e dos alunos”, adianta o STFPS.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) informou que 90% do estabelecimentos de ensino se encontram fechados hoje.
Um protesto contra a falta de funcionários não docentes, pela valorização destes trabalhadores, da escola pública e por melhores condições laborais.
A FNSTFPS diz que são necessários mais seis mil trabalhadores nos quadros das escolas. Entre 2000 e 2018, perderam-se 12 mil funcionários. Os 4300 funcionários integrados nos quadros ao abrigo do programa de regularização de vínculos precários na administração pública (PREVPAP) foram anulados pelo mesmo nível de aposentações registadas ao longo da última legislatura. O saldo só não é nulo pois foram contratados 2550 trabalhadores.
Outra das reivindicações é a valorização dos trabalhadores não docentes das escolas.
Discurso direto
“Lamentamos a falta de ética e de responsabilidade de alguns Diretores de Escolas/Agrupamentos que, apesar da significativa adesão à greve, preferiram manter a escola aberta e a funcionar anormalmente, sem condições de segurança, com falta de respeito pelos trabalhadores em luta pelos seus justos direitos e por uma escola de qualidade” – comunicado do STFPS.