Variante de Cacia inaugurada sem necessidade de pedir desculpa pelo atraso

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Ribau Esteves à esquerda (presidente da Câmara de Aveiro) e Nelson Santos (presidente da Junta de Cacia) à direita.
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Uma obra “muito sofrida e muito lutada”. A Câmara de Aveiro inaugurou, este sábado, a variante da zona norte urbana da Vila de Cacia, que inclui o troço renovado da antiga Estrada Nacional (EN) 109 onde foram construídas duas rotundas, permitindo à Navigator (ex-Portucel) tem acesso exclusivo ao seu complexo fabril.

Iniciada em setembro de 2016, com um prazo de meio ano, a execução da rodovia sofreu um atraso significativo (mais de dois anos e meio) devido à falência do empreiteiro que ganhou o concurso, causando grandes transtornos no trânsito devido ao arrastar dos trabalhos.

“Às vezes dizem que a Câmara tem de pedir desculpa; foi uma obra muito chata, demorou tempo demais. Não peço desculpa a ninguém, porque temos de ter respeito pelos outros, nomeadamente quando a vida lhes corre mal e assumem de forma muito digna. Na ponta final, a empresa ‘morreu’ e fomos sentido a obra parada”, comentou o presidente da edilidade antes da inauguração, lembrando os problemas que obrigaram a “arranjar uma solução”, que passou pelo subempreiteiro.

O investimento rondou 1,2 milhões de euros, tendo contado com meio milhão da Navigator, enquadrado na ambiciosa renovação do seu complexo fabril (150 milhões de euros) para instalar a nova fábrica de papel de uso doméstico.

Acaba a circulação de pesados, que ficam retidos na rotunda nascente e Cacia ganha uma via de acesso ao interior da Vila que contorna a área urbana Norte.

“A obra não faz sentido sozinha, a sua importância é ser uma peça de um puzzle com outras obras”, disse Ribau Esteves, lembrando os melhoramentos feitos no escoamento de águas pluviais e o avanço para a qualificação urbana até à futura rotunda da Lusavouga, em fase de projeto, “uma obra bem chatinha, mais muito importante”, antecipou. “Em projeto” está também o arranjo da Rua Vale do Cruzeiro, para “dar qualidade e segurança” no eixo norte de Cacia.

“Governo é cada vez mais lento a fazer tudo”

As duas rotundas ainda não estão terminadas, ressalvou o edil, o que sucederá apenas quando a empresa Riablades deixar de recorrer à 109 para apanhar a A25 rumo ao Porto de Aveiro no transporte de pás para torres eólicas da fábrica de Vagos.

A subsidária da empresa alemã, que passa “um momento muito difícil” na ‘casa mãe’, aguarda há dois anos pela “solução definitiva” que é usar o nó do estádio.

“Falta uma pequena obra, que há dois anos espera licença do Estado, do nosso Governo, que é cada vez mais lento a fazer tudo. Uma pequenina obra para não ter de ir a Angeja”, lamentou Ribau Esteves.

Moradores de vivendas junto à rotunda não desistem de ação judicial

Um dos moradores da urbanização com sede vivendas contíguas à rotunda nova que dá acesso à variante interpelou o presidente da Câmara após a inauguração. Acabariam por trocar algumas impressões em reservado.

Segundo o proprietário, “as obras de construção, ao escavar a três metros abaixo, causaram danos estruturais”. O caso “está entregue a advogados”, tendo conhecido recentemente avanços que serão dados a conhecer aos queixosos segunda-feira.

No projeto inicial, estava previsto indemnizar os donos para que entregassem às casas, mas houve um recuo já com a atual maioria camarária.

Exposição sobre obras e projetos

O dia terminou com um momento cultural do Racho da Casa do Povo e a apresentação informal de um ponto de situação das obras em curso e em projeto na freguesia em vários cartazes explicativos expostos no salão da Junta de Freguesia.

Destaque para a revisão do Plano Diretor Municipal e os próximos investimentos rodoviários. A rotunda da Lusavouga é um deles, orçada em 300 mil euros. Na qualificação urbana, foi apontada a melhoria da envolvente à EB 2,3 e ligação à antiga 109 (quase um milhão de euros). A qualificação da antiga 109, no seu troço urbano, irá custar outro tanto.

No parque escolar, figuram as empreitadas de reabilitação da escola da Quintã do Loureiro e da escola da Póvoa do Paço (superiores a um milhão de euros), em fase de projeto.

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