A presidente da Câmara de Anadia garante que não levou a mal as ‘piadas’ de Ricardo Araújo Pereira, a quem respondeu por carta pessoal, minimiza as críticas partidárias lançadas para a opinião pública a propósito da instalação de uma residência universitária num concelho sem ensino superior e afasta que o anúncio da instalação de um polo partilhado com a vizinha Mealhada, para criar ensino politécnico, seja uma ‘saída airosa’ para justificar um investimento que alguns classificaram como “caricato”.
Tomadas de posição partidárias (Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda) fizeram ecoar estranheza pelo apoio governamental ao alojamento em causa, por ficar localizado a muitos quilómetros de universidades. O assunto ganhou direito a passar pelo ‘fact-checking’do Polígrafo e até foi alvo da sátira de Rui Araújo Pereira no seu programa de humor.
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Na Assembleia Municipal de Anadia, esta quinta-feira, o deputado Luís Fonte (PSD) aproveitou a oportunidade para retomar o tema, lamentando que o anúncio da residência tenha sido “alvo de desinformação geral e, também, infelizmente, de alguma chacota, com custos reputacionais para o concelho”. O que poderia, no seu entendimento, ter sido evitado “se houvesse da parte da Câmara mais informação” quer sobre o alojamento quer sobre a criação de cursos de ensino superior.
Na resposta, a presidente da Câmara começou por desvalorizar a polémica. “Sobre a reabilitação que tem corrido mundo, enfim, não sei porquê… É matéria que, se calhar, cria alguma perturbação e, obviamente, muitas vezes, questionando de Anadia está à altura de ter um alojamento estudantil. Claro que somos capazes, fizemos a candidatura, foi acolhida e a obra está a decorrer. Vamos ter aquilo que muitos não conseguiram fazer, portanto essa é a nossa satisfação. Agora com as obras em marcha e de forma mais célere, devido a saída do centro de saúde, para cumprirmos os prazos e tratar das regras de gestão e admissão”, adiantou Teresa Cardoso (a cumprir o segundo mandato numa lista independente). Anadia quer atrair estudantes “de várias idades” que frequentem ensino superior para as acomodações a disponibilizar (28 quartos por piso, num total de 56 camas), assim como serviços de apoio.
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Quanto ao polo a dinamizar conjuntamente com a Mealhada para trazer cursos do Instituto Politécnico de Coimbra, o protocolo final será assinado em outubro, apontando-se para “março ou abril” a abertura de um primeiro curso de pós-graduação em enologia, a lecionar na antiga escola secundária. O anúncio dos cursos em cima da visita da ministra do Ensino Superior à futura residência universitária teve “uma razão”, dada agora a conhecer pela autarca: “era o momento em que se podia dizer”, justificou.
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“Eu não estou preocupada com a chacota, a sério. Eu próprio enviei uma cartinha ao Ricardo Araújo Pereira para entrar na brincadeira. Foi uma maneira excelente de divulgar a residência, correu mundo” (ver abaixo declaração completa)
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