“Vamos acabar com a corrupção ‘adocicada’ que existe sobre o tecido associativo” – Manuel Oliveira de Sousa (‘Viva Aveiro’)

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Manuel Oliveira de Sousa (Viva Aveiro).
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A coligação ‘Viva Aveiro’ (PS-PAN) aumentou o tom das críticas à coligação ‘Aliança Com Aveiro’ durante a apresentação das listas às freguesias de Cacia e Santa Joana.

“Estamos unidos por Aveiro, apesar de tudo que nos separa, é esse o nosso grande exercício; outros estão separados apesar do que o que os une, a única coisa que os une é quererem ser donos disto tudo”, disparou Manuel Oliveira de Sousa, este sábado, em Cacia.

O cabeça-de-lista marcou outra diferença: “Não fazemos programinhas importados não dei de onde, na cabeça de um e imposto aos outros todos; custa muito trabalhar com os outros, mas é a força da diversidade para integrar propostas”, sublinhou, comprometendo-se “a fazer uma excelente delegação de competências”, que não seja “delegar e continuar a centralizar”.

Manuel Oliveira de Sousa insiste em denunciar alegadas pressões da maioria junto do movimento associativo, interpretando, dessa forma, recusas que chegam aos candidatos nas freguesias que procuram reuniões e encontros no âmbito da pré-campanha.

“As associações de Cacia não precisam de estar amordaçadas, nem aqui nem em lado nenhum. Vamos acabar, e tem de ser um slogan, com a corrupção ‘adocicada’ que existe sobre o tecido associativo; não precisam de ter medo, queremos a diversidade de todos, não queremos amordaçar as pessoas para ganhar as eleições”, criticou. Em caso de eleição, o vereador do PS garantiu que não irá “exigir e impor a associações que escolham quem dá dinheiro que não é do seu bolso, é público”, assumindo tal como “corrupção e quem estiver mal com a afirmação que siga o seu caminho”, sublinhou.

Já em Santa Joana, no domingo à tarde, Manuel Oliveira de Sousa defendeu-se da acusação de não ter competências para o cargo de presidente, por ser professor de Religião e Moral: “Queremos que haja à frente da Câmara um engenheiro para rasgar caminhos novos, um construtor de pontes, um arquiteto que antecipe o futuro, um advogado de defesa do bem comum, um gestor de diálogos, um operário digno do seu município, um cuidador dos que que mais precisam. São tudo boas profissões. Não tenho nenhuma destas, só posso aprender com todos. A nossa profissão é essa, estar ao serviço de Aveiro”.

Entre os compromissos deixados na mais nova freguesia do concelho, o líder da coligação ‘Viva Aveiro’ deixou uma proposta municipal, criar a figura do ‘Provedor do Cidadão’, como forma de chegar à gestão camarária “a visão de quem sente não ter as respostas certas”.

Em termos locais, disse que Santa Joana “merece o cemitério, uma necessidade básica” e lembrou que foi o PS quem primeiro levantou “o problema” da chamada ‘rotunda do rato’, na Avenida Europa, que “agora se fala em véspera de eleições”, reafirmando o empenho em
serviços de proximidade, transporte e acessibilidades.

Para Cacia, disse que é hora de terminar requalificação do edifício sede da Junta, garantir uma ligação ao centro da cidade para bicicletas, com faixas dedicadas, seguras, assim como transportes para a zona industrial e “resolver o problema da piscina, que passa por fazer de um tanque uma piscina.” Propôs ainda um “parque de feiras”, que servia também como espaço disponível para outras atividades da população. Comprometeu-se, também, “a recuperar para a agenda o centro de alto rendimento de remo de Cacia”, requalificando a zona envolvente usada como pista, criando um “factor de maior atratividade”.

Sobre os pórticos de portagens, Manuel Oliveira de Sousa disse que os partidos da coligação “estão predispostos a atenuar” os encargos, uma vez que não é ao poder local que compete eliminar os pontos de cobrança, com uma “discriminação positiva”, devendo caber ao município “essa responsabilidade”. O que vai ao encontro da proposta do presidente da Câmara, Ribau Esteves, de comparticipar a eventual perda de receita da concessionária.

Medidas para garantir a qualidade do ar

Em Cacia, Rui Alvarenga, indicado como candidato a vereador pelo PAN, defendeu medidas para reduzir focos de poluição há muito conhecidos, lembrando que “as pessoas não podem ser plenamente felizes se não garantirmos a qualidade do ar onde vivem”.

“Em diálogo, temos de começar um caminho em busca de um ambiente mais sustentável e melhorar a qualidade de vida”, advogando o pedido de ajuda a especialistas da Universidade de Aveiro e a outras entidades, bem como o envolvimento da indústria “para participar no restabelecimento do reequilíbrio”, de forma a “empenhar-se muito mais no papel fundamental que tem para minimizar os impactos e contribuir ativamente para compensar o que retira”.

“A coisa está a correr bem, vamos à frente”, garante Francisco Picado

Em Cacia, o candidato à presidência da Assembleia Municipal mostrou-se confiante com o desfecho das eleições a 26 de setembro, ressalvando que “é preciso três coisas”: “mobilizar, votar para não deixar que ninguém escolha por vós e finalmente acreditar, porque sabemos, à data de hoje, que a coisa está a correr bem; nós vamos à frente e é preciso dar um passo final rumo à vitória”, apelou Francisco Picado.

Discurso direto

“Percebemos muitas vezes que nesta compreensão das Juntas de Freguesia e suas delimitações há factores repetitivos de solicitações sobre a Câmara, de pedidos de equipamentos, estruturas e infraestruturas. Temos de saber distribuir isso no território, independentemente dos limites administrativos. Talvez a minha maior surpresa neste momento – eu que passei por algumas batalhas, de campanhas, umas de vitória, outras sem essa maioria, como dizia Mário Soares ‘Só é vencido quem desiste de lutar’ -, é este exemplo de solidariedade entre candidatos das Juntas, como trocam ideias e opiniões, a cumplicidade no modo de ver o território sem fronteiras nem unidades administrativas estanques, estamos no caminho certo.
Sem querer dramatizar esta eleição, mas nenhuma como esta me pareceu tão importante para os desígnios do território do município.
Há algo de civilizacional em causa nestas eleições, nomeadamente na matéria da democracia e como se exerce. É a democracia concerta, diária, relacional, do valor humano. Jamais democracia pode continuar a rimar com arrogância, prepotência e soberba; com ataques pessoais, inverdades e perseguições; com medo, intolerância, um poder exercido de forma profundamente injusta, de quem não é por nós é contra nós.
No nosso tempo, Aveiro não pode estar no tempo passado, ultrapassado e anacrónico, a viver em iliteracia ambiental, como o ‘buraco’ Rossio perante alterações climáticas de grande dimensão e nós estarmos suportados pelas comportas da ria.
Não pode continuar a viver a destruição da identidade, da identidade urbana como da avenida Lourenço Peixinho, um dos mais belos boulevard de estação, com desenho próprio, acabou. O ataque que é feito à arte nova, também têm vindo a ser perdidos” – Pedro Ribeiro Silva, Planeador do Território, ex vereador da Câmara de Aveiro.

Propostas

Sónia Pião / Cacia: Programa de apoio para crianças e jovens (formação, saúde e qualidade de vida), encontros intergerancionais e entre lugares, criar equipa de atendimento social de proximidade, loja social comunitária, divulgar as associações e comércio, através atividades que possam captar interesse dos aveirenses, “revolução verde”, valorizar o Baixo Vouga e zonas envolves, orçamento participativo, rever o regulamento de apoio às associações, contrariar a perda de população (7 % em 10 anos, a segunda única freguesia onde aconteceu), “não continuar a ser freguesia conhecida pelo mau cheiro”.

Rosa Aparíco / Santa Joana: Ajudar as associações de forma justa, resolver a elevada degradação das vias públicas e dos passeios, melhorar a falta de iluminação, tratar do elevado número de casas devolutos, resolver a falta de abrigos nas paragens de autocarros, tratar de espaços verdes, resolver a falta de gás natural em ruas com poucas casas, colocar fim ao “tratamento desigual das pessoas e das diferentes localidades da freguesia”, intensificar o apoio ao comércio local, mais parques infantis, espaço para tempos livres de seniores e jovens, promover os ‘artistas da terra’, apoio ao emprego, “ambicioso desafio de combate” a exclusão social com moradores do Caião e Griné, “melhorar a precária resposta” ao acompanhamento de idosos.

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