O presidente da Câmara de Vagos espera que não surjam críticas da oposição local atendendo ao previsível lançamento, e mesmo execução, de “alguns investimentos” durante os meses finais do mandato, pedindo colaboração nesse sentido.
Silvério Regalado, que falava na última reunião do executivo quando se discutia um pacote de empréstimos para várias obras, avisou os seus pares que “2021 será um ano crucial em várias matérias, em que é preciso ter coragem”.
O autarca dirigiu-se especialmente ao vereador do CDS, João Domingues, único eleito da oposição. “Preciso claramente da suacolaboração, para fazermos coisas estratégicas, sem discussão eleitoral”, apelou o edil do PSD, lembrando que é necessário “aproveitar financiamentos públicos que poderão ficar disponíveis”, nomeadamente fundos europeus a encaminhar através do Plano de Recuperação e Resiliência, chamado vulgarmente de ‘bazuca’.
“Temos de avançar com alguns investimentos para os financiar em 2022, 2023, por aí. Acho que vai haver muitas disponibilidades financeiras com overbooking e outras coisas do género, mas temos de começar com obras”, explicou.
“São iniciativas decisivas, vamos ter de avançar, poderemos ter financiamento mais tarde ou mais cedo”, insistiu.
A Câmara aprovou por unanimidade três empréstimos que totalizam 2,1 milhões de euros, para rodovias e equipamentos de apoio à náutica.
A capacidade total de endividamento do município vaguense, segundo adiantou o presidente, é de 19,281 milhões de euros e o serviço de dívida atingia no início do ano 13,4 milhões de euros.
“Temos uma margem estimada de quase 6 milhões de euros, uma melhoria da situação financeira apesar da dívida ter aumentado ligeiramente nos últimos dois exercícios por força do empréstimo da estrada Rines- Sanchequias” (1 milhão de euros), referiu Silvério Regalado.
Os financiamentos de médio e longo prazo a contratar junto da banca têm como destino de aplicação as empreitadas de requalificação da zona industrial de Vagos (600 mil euros), centro náutico e piscatório da praia da Vagueira (550 mil euros) e a aquisição de terrenos para a ligação viária da zona industrial de Vagos à A17 (1 milhão de euros).