Universidade de Aveiro: Um campus com assinatura da ‘nata’ da arquitetura portuguesa

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Campus da Universidade de Aveiro (foto partilhada pela Universidade de Aveiro).

Imóveis projetados pelos dois únicos arquitetos portugueses galardoados com o “Pritzer” – Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura – podem ser apreciados no campo da Universidade de Aveiro, juntamente com construções concebidas também por arquitetos de renome, como Alcino Soutinho, Gonçalo Byrne, João Carrilho da Graça e outros. Um outro arquiteto de reconhecido nome – Nuno Portas – coordenou o plano que esteve na base de todo o campo universitário.

Por Manuel Cardoso Ferreira (texto e fotos) *

No presente roteiro vamos conhecer alguns desses imóveis e dos arquitetos que os projetaram, começando pelo Centro de informação Tecnológica- Biblioteca, um dos dois projetos de Álvaro Siza Vieira construídos no campus de Santiago.

UA – Biblioteca.

Tal como a grande maioria dos edifícios da Universidade de Aveiro (UA), também o da Biblioteca é uma construção isolada, o que permite apreciar o exterior de todas as suas fachadas, incluindo a principal, virada para a praça onde se inicia a alameda. A aplicação de tijolo vermelho e de betão é um fator identitário de quase todos os edifícios universitários, de que o da Biblioteca não é exceção.

A Biblioteca, nomeadamente as exposições temporárias da Galeria Hélène de Beauvoir, que se encontra junto à entrada principal, é acessível ao cidadão não universitário.

Saindo da Biblioteca, atravessa-se a passagem aérea que conduz à praça fronteira à Zona Técnica Central, Serviço de Ação Social, Refeitório, conjunto da autoria do gabinete Rebello de Andrade & Espírito Santo. Aqui, pode-se optar por descer às “catacumbas” espaço ocupado por diversas valências, entre as quais a livraria universitária, ou prosseguir o percurso pela alameda, ladeada por imóveis que acolhem alguns Departamentos (em outras universidades: Faculdades). No início desta larga e arborizada artéria ergue-se, do lado esquerdo, o edifício da Reitoria, e, do lado direito, o Departamento de Matemática. O primeiro, foi projetado por Gonçalo Byrne, enquanto este teve projeto de José Maria Lopo Prata, que também projetou o edifício dos Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação, localizado na parte traseira do departamento de Matemática. Toda a Galeria que cobre os passeios pedonais e se estende pelos dois lados da alameda foi idealizada por Ana Reboredo e Joaquim Oliveira.

Prosseguindo pela alameda, erguem-se, do lado direito, os departamentos de Ciências Sociais, Politicas e do Território (da autoria de José Maria Lopo Prata), de Engenharia Mecânica (Adalberto Dias), de Engenharia Civil (Joaquim Oliveira), de Geociências (Eduardo Souto Moura), o Complexo de Ciências da Comunicação e Imagem, imóvel anexo ao Departamento de Comunicação e Arte (Jorge Kol de Carvalho) e ao Laboratório Central de Análises (Fernando Gomes da Silva), conjunto que fecha esta ala.

A seguir à Reitoria, encontram-se o Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo (Pedro Ramalho e Luís Ramalho), o Complexo Interdisciplinar de Ciências Físicas Aplicadas à Nanotecnologia e à Oceanografia (Joaquim Morais Oliveira), o Departamento de Física (Alfredo Matos Ferreira), o Complexo de Laboratório e Tecnologia (J. Rebello de Andrade e Luís Fernandes), o Departamento de Química (Alcino Soutinho), o Complexo Pedagógico (Victor Figueiredo) e, no final, o Depósito da Água (Álvaro Siza Vieira).

Campus do Crasto

Passando o depósito da água, vira-se à direita e, alguns metros adiante, cruza-se a rua, para se avançar pela Ponte Pedonal sobre o Esteiro de S. Pedro e que faz a ligação do campus de Santiago com o campus do Crasto, estrutura metálica projetada por João Carrilho da Graça.
Cruzada a ponte, segue-se pela esquerda, passando ao lado do Complexo de Refeitórios do Crasto, com projeto de Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus. Praticamente no final deste imóvel, vira-se à direita, passado entre a Casa do Estudante (João Almeida e Victor Carvalho) e a Escola Superior de Saúde (Paulo Cirne e Bruno Dray). Depois de um amplo espaço, ergue-se a Residência de Estudantes (Adalberto Dias).

De regresso ao Campus de Santiago

O itinerário retorna à ponte pedonal e ao campus de Santiago. Aqui, passa-se ao lado do Depósito da Água e do Complexo Pedagógico, até chegar ao Pavilhão Desportivo Prof. Dr. Aristides Hall, concebido por João Almeida e Victor Carvalho. O percurso prossegue junto ao parque de estacionamento automóvel, ladeado pelo espaço da Creche e Jardim de Infância (José Maria Lopo Prata), do edifício do Restaurante Universitário e Snack-bar (José Maria Lopo Prata) e, no final, pelas Residências de Estudantes (Adalberto Dias).

No final, vira-se para a esquerda, até junto à Reitoria, onde se vira à direita, passando a praça sobre o parque de estacionamento subterrâneo no topo da qual fica o anfiteatro ao ar livre. Aqui, vira-se à direita, e contorna-se o Departamento de Educação e Psicologia, Mediateca e UA Coopera (Rebello de Andrade & Espírito Santo, José Maria Lopo Prata) ao qual se seguem o Departamento de Ambiente e Ordenamento (Firmino Alberto Trabulo), o Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (Rebello de Andrade & Espírito Santo), o Departamento de Biologia (José Carlos Loureiro) e o Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (Alcino Soutinho).

UA – Conjunto onde teve início o Campus de Santiago.

Depois de passar por uma área arborizada e um tanque de água, chega-se aos edifícios iniciais do Campus de Santiago, ambos da autoria de Firmino Alberto Trabulo). No primeiro estão agora instaladas estruturas como: CESAM, CICERO, TEMA, Instituto Confúcio e Galeria dos Antigos Reitores. No segundo, por detrás deste, está o Departamento de Línguas e Culturas. Ainda nesta área inicial do campus, está o primeiro imóvel (Vértice), ocupado atualmente por estruturas como a UNAVE, UNIFOC e CIAP. Por detrás deste, ergue-se a pequena torre do Instituto de Ambiente e Desenvolvimento (Firmino Alberto Trabulo). No final, do lado direito, fica a Residência de Docentes, Funcionários e Estudantes de Pós-graduação (António José Matias).

UA – IDAD.

O percurso retrocede até ao Departamento de Línguas e Culturas, para avançar pela rua entre o tanque de água e a ETAR. Do lado esquerdo vão surgindo as traseiras dos edifícios ladeados na primeira passagem, enquanto do lado direito surge, quase subterrado, o imóvel de Comunicações Óticas, Comunicações Rádio e Robótica (Joaquim Morais Oliveira), ao qual se seguem o Instituto de Telecomunicações (José Maria Lopo Prata), o Departamento de Biologia e o Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro.
Após este, o itinerário segue pela ponte pedonal que conduz ao espaço fronteiro da Biblioteca, local de início e termo deste roteiro.

Clique para descarregar ou consultar o mapa do campus da Universidade de Aveiro.

Mapa.

Alguns números:

  • Existem 65 edifícios construídos no campus;
  • A área do campus é equivalente a 92 campos de futebol;
  • Existem 15 blocos de residências situadas no campus;
  • O campus tem 2 bibliotecas com 250000 títulos disponíveis.

Continuar para mais informações.

* https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5

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