“A espuma dos dias… que se sucedem pós eleições, vão se desvanecendo gradualmente, até chegar ao momento das mudanças de cadeiras”.
Por Artur Arede *
Os vencedores e os vencidos na suas missões da causa pública, trocam assim de posições, mas a luta pelas convicções, se forem fortes, vão perdurar ao longo do tempo, quiçá das suas vidas políticas.
A noite das facas longas, ficou para trás, apurados os resultados, há que respirar fundo, secar as lágrimas, reciclar as garrafas de espumante e preparem-se para se reiniciarem, ou começarem um novo ciclo. Sem mágoas, sem dores, apenas com o espírito e a elevação de quem luta pela nobre causa.
Passada a ressaca, há que arregaçar mangas, alinhar ideias, planear os objectivos, aprimorar as prioridades, e colocar mãos-à-obra, que obras, é o que mais há para executarem e quatro anos, meus amigos, amigos meus, passam num ápice!!
A partir de agora, deixa de haver vencedores|vencidos, perdedores|ganhadores, o que devem coexistir são os eleitos e a oposição, todos serão responsáveis e indispensáveis, pelo rumo que encontrarem nos próximos quatro anos, para o concelho de Sever do Vouga.
Em democracias fortes e a nossa vai a caminho dos 50, o partido ou o candidato, no caso das autárquicas, que perdem uma eleição, devem aceitar as derrotas sem dramalhões excessivos! Outrossim, deverá ter em mente, que o nosso sistema eleitoral lhes permite que tenham uma nova oportunidade, depois de cumprido o ciclo natural.
Aos vencedores, nada mais lhes cabe que demonstrarem serem capazes de cumprir, fazerem o melhor que podem e sabem, para o bem estar das populações que os elegeram, todos os eleitores sem excepção e serem capazes de evitar erros, parcialidades, critérios confusos.
A todo o custo, deverá sempre imperar o bom senso (o melhor) seja na vida social como em opções políticas, aquelas que as arbitrariedades consentem, evitando as geometrias variáveis e as assimetrias controversas.
O perigo para alguns, de um certo inconformismo, perante um mau resultado em eleições, podem provocar o risco de colocar em causa as instituições democráticas. Tal como em sentido contrário, uma efusividade excessivamente prolongada, pode resvalar para a um certo acirrar de inchaços desmesurados, que podem obscurecer o foco das boas intenções.
Transferindo as analogias para o concelho de Sever do Vouga e conhecendo razoavelmente bem o bom caráter a elevada personalidade de ambos (Dr. António Coutinho e Engº Pedro Lobo) estou, poderemos estar convictos certamente, de que os desafios prementes (saúde, habitação, acessibilidades, transportes, qualidade de vida, fixação de pessoas, natalidade) e uma panóplia de processos complicados, necessitarão de consensos, muito mais do que acertos de contas!
Sabemos todos, ou pelo menos uma grande maioria (valha-nos isso), quanto é negativo o extremar de posições, para os eleitores e até para os próprios eleitos, tanto no tempo, como nas pessoas, como na perda de oportunidades.
Igualmente fundamental é a participação dos cidadãos Severenses na política local, naquilo que se designa por democracia participativa.
Obviamente, que é importante que os Severenses mantenham a confortável opção de não se manterem afastados das causas, optando pelo acesso online, sobre aquilo que se passa nas Assembleias Municipais ou e até mesmo, porque não, nas reuniões de Câmara.
Mas não basta, para que o debate se faça e as ideias se afinem. Uma maior assiduidade e presença física dos Severenses nas decisões e nos debates entre pares, é fundamental, para um sistema mais lúcido, mais esclarecido, com mais ampla maturidade, por parte da população do concelho. É afinal para todos nós, que os eleitos desenvolvem as sua actividade|missão pessoal.
Que prevaleça a meritocracia, ou como afirmou Whiston Churchill;
“Melhorar é mudar. Ser perfeito é mudar com frequência”.
* Munícipe de Sever do Vouga.
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