Ricardo Sousa dedicou ao 12º jogador a vitória sobre o Marítimo que valeu a passagem do Beira-Mar à quarta eliminatória da Taça de Portugal (c/áudio).
“Esta vitória é inteiramente dos adeptos, o que se registou hoje nas bancadas foi trabalho dos adeptos nos últimos cinco anos, que não deixaram cair o clube”, afirmou no rescaldo da partida deste domingo que terminou com a vitória dos locais nas grandes penalidades, após um empate a dois golos.
O treinador talismã do clube na competição rainha (foi autor do golo que valeu o troféu conquistado em 1999) destacou a resposta de alto nível dada pela equipa ao apoio que chegou das bancadas, justificando a continuidade em prova que veio dar força “ao sonho de voltar ao mais alto patamar” do futebol português.
“O Beira-Mar está, degrau a degrau, a voltar ao seu melhor, após tantos anos sem jogos importantes como este, com uma equipa da primeira divisão. A força que nos transmitiram deu neste resultado bonito perante um Marítimo difícil mas, na minha opinião, com um super Beira-Mar organizado, competitivo, com sentido de compromisso estonteante. Foi uma vitória justa pelo sofrimento que os jogadores tiveram perante tantas contrariedades”, disse.
Ricardo Sousa afirmou “preferir uma equipa pequena” para tentar “continuar a passar eliminatórias”, sem esconder que ‘um grande’, como o Porto ou o Benfica, permitiria um encaixe financeiro importante para o clube.
Para o técnico aveirense, o resultado premeia a audácia do Beira-Mar. “Seria muito fácil meter um autocarro na defesa, jogar em contra ataque e esperar por um milagre. Não foi isso que aconteceu. Tivemos fases por cima, outras por baixo, foram 120 minutos sofridos, com contrariedades em termos de algumas lesões, mas muito competitivos e interessantes. Os jogadores merecem os parabéns mas vou dizer-lhes que quero mais”, referiu, assumindo que a entrada do guarda-redes Miotti durante o prolongamento foi uma opção técnica a pensar nas grandes penalidades, acabando por resultar já que defendeu uma grande penalidade.
“Segundo golo não é permitido em alta competição” – Nuno Manta Santos
“Cometemos um erro, que foi deixar o Beira-Mar marcar um golo, deu-lhes muito mais alento e dificultou-nos a nossa tarefa”, começou por referir o treinador do Marítimo que viu agudizar-se o mau momento da sua equipa ao ser eliminada da Taça de Portugal.
Nuno Manta Santos confessou que não esperava um desfecho negativo depois da equipa ter feito o mais difícil. “Ao darmos a voltar ao marcador, após ficar em vantagem, nunca pensei sair daqui derrotado nas grandes penalidades. Faltavam sete minutos, era uma questão de gerir o tempo, estarmos estarmos organizados defensivamente, não cometer erros. Tentámos de várias maneiras fazer o golo da vitória, cruzamentos, futebol direto, faltas. Nas grandes penalidades, a competência vem muitas vezes ao de cima. Parabéns ao Beira-Mar”, referiu.
As dificuldades colocadas pela equipa da casa não surpreenderam o técnico madeirense. “Estávamos à espera deste Beira-Mar, não estranhámos. Houve momentos que tivemos de respeitar o adversário, que tem qualidade. Coletivamente, poderíamos ter feito melhor. Na segunda parte controlámos, virámos o jogo. O segundo golo não é permitido em alta competição, são dois erros muitos graves. Conhecemo-nos a nós próprios. Houve ali situações em que podemos e devemos fazer melhor”, concluiu.
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