Com a ajuda de ativistas do Movimento Cívico pela Linha do Vouga (MCLV) e outros entusiastas dos comboios, NotíciasdeAveiro.pt embarca numa viagem a bordo do ‘Vouguinha’, fazendo paragens ao longo da ferrovia secular para visitar as terras próximas, conhecer o seu património histórico e outros pontos de interesse, assim como as gentes e vivências.
Percursos impossíveis de cumprir na integra em poucas horas, ficando, ainda assim, o registo em jeito de desafio para voltar, muitas vezes, e continuar a percorrer a via estreita centenária, única em atividade, que ganhou maior visibilidade nos anos mais recentes por força da circulação, com fins turísticos, do chamado ‘comboio histórico’, que inclui uma velha locomotiva a vapor.
No troço Oliveira de Azeméis – Albergaria-A-Velha – Sernada a circulação tem de ser feita por meios alternativos, existindo um serviço de táxi, uma vez que não funcionam composições ferroviárias regulares.
As propostas para o ‘Guia turístico da Linha do Vouga’ começam pelo Norte, a partir da cidade de Espinho, com sugestões de visitação, algumas das quais podem ser cumpridas em caminhadas de curta e média distância.
Espinho, antes de rumar a Terras de Santa Maria
» Igreja Matriz de Espinho (a 600 metros da Estação de Espinho-Vouga) – Dedicada a Nossa Senhora da Ajuda;
» Bairro Piscatório de Silvalde (a 1,2 km da Estação Espinho-Vouga);
» Capela de São João, Paramos (a 3 km do Apeadeiro de Monte de Paramos);
» Capela da Senhora da Aparecida, no lugar da Praia, em Paramos, em frente ao mar. Caracteriza-se por ter forma hexagonal;
Da Feira, a Oliveira de Azeméis passando por S. João da Madeira
Apanhando o comboio rumo ao sul, seguem-se os concelhos de Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis. O caderno de apontamentos está recheado de sugestões para preencher algumas horas.
» Igreja de São Paio de Oleiros (a 900 metros do apeadeiro de Sampaio-Oleiros);
» Museu do Papel de Paços de Brandão (a 1,4 km da Estação de Paços de Brandão);
» Marco Cruz de Malta, Rio Meão (a 2,3 km do Apeadeiro de Rio Meão);
» Marco divisório da antiga Comenda da Ordem de Malta. Pedreira das Airas, São João de Ver (a 4,1 km do Apeadeiro de São João de Ver);
» Igreja Matriz de Santa Maria da Feira (a 800 metros da Estação da Vila da Feira);
» Igreja de Escapães (a 300 metros do Apeadeiro de Escapães);
» Monumento da Guerra Peninsular, Arrifana (a 700 metros do apeadeiro de Arrifana);
» Parque / Santuário da Nossa Senhora dos Milagres Santuário de Nossa Senhora dos Milagres;
» Igreja de São Martinho, Cucujães (a 600 metros do Apeadeiro de Couto de Cucujães). Edificação anterior à nacionalidade;
» Trilhos do Comandante, Santiago de Riba-Ul (a 2,9 km do Apeadeiro de Santiago de Riba-Ul);
» Parque de La Salette, Oliveira de Azeméis (a 2,7 quilómetros da Estação de Oliveira de Azeméis). Um autêntico miradouro natural;
» Parque Temático Molinológico, Ul (a 1,4 km do Apeadeiro de Ul);
» Capela de Nossa Senhora das Flores, Travanca (3,8 km do Apeadeiro de Travanca-Macinhata);
» Centro Histórico do Pinheiro da Bemposta (a 210 metros da Estação do Pinheiro da Bemposta);
A caminho de Sernada do Vouga, até chegar à cidade de Águeda
Deixadas para trás as ‘Terras de Santa Maria’, a viagem prossegue propondo novas ideias, desta vez para as paragens nos concelhos de Albergaria-A-Velha, Sever do Vouga e Águeda.
» Vestígios castrejos de São Julião e de Cristelo, Branca (a 4 km do Apeadeiro da Branca);
» Igreja Matriz de São João de Loure (a 1,4 km do Apeadeiro de São João de Loure);
» Quinta, Castelo e Palacete da Boa Vista, na Praça Rainha D. Teresa (a 500 metros da Estação de Albergaria-a-Velha);
» Estação Ferroviária e Oficinas Gerais da Linha do Vale do Vouga, Vila Ferroviária de Sernada do Vouga. Acesso à Ecopista do Vouga;
» Paradela do Vouga, Sever do Vouga (a 12 km de Sernada do Vouga);
» Igreja de São Miguel, Travassô (a 950 metros do Apeadeiro de Travassô) ;
» Pateira de Fermentelos, Taipa-Requeixo (a 2 km do Apeadeiro Taipa-Requeixo);
» Cidade de Águeda – Centro Histórico (a 750 metros da Estação de Águeda);
A paragem final em Aveiro, onde a velha estação ganhou vida nova
Quem seguir de comboio para Aveiro, antes de chegar à estação, tem mais apeadeiros e, consequentemente, outros motivos de interesse.
» Em Eixo (num redor de 500 a 1000 metros do apeadeiro) sugere-se a visita o forno Romano, aproveitar o aprazível parque da Balsa ou ir conhecer o ‘Lugar dos Afectos’.
» Passadiços da Ria de Aveiro (a 4,2 quilómetros do apeadeiro de Esgueira);
» Na cidade de Aveiro é obrigatório visitar a requalificada antiga estação, conhecida pela sua fachada de azulejos, agora transformada em ponto de acolhimento e loja de produtos identitários da região.
Estações e apeadeiros com atividade restauração
» Estação de Pinheiro da Bemposta, em Oliveira de Azeméis. Transformada em café, após restauro. Com serviço alternativo do táxi;
» Antiga estação de Ul, reconvertida para restauração;
» Estação de Sernada do Vouga, em Macinhata do Vouga, com restaurante;
» Apeadeiro de Paradela do Vouga, com café (troço Sernada – Sever do Vouga desativado, transformado em Ecopista).
Um pouco de história da Linha do Vouga, por Fernando Martins Silva
A Linha do Vouga compreendia-se desde a Estação de Espinho, na Linha do Norte, até Viseu, totalizando 140 km, servindo, depois de Sernada do Vouga, vilas como Oliveira de Frades e Vouzela e S. Pedro do Sul. Com efeito, na sua extensão máxima, a Linha do Vouga entre Espinho e Viseu e o Ramal de Aveiro formavam uma rede de 177 km que ligava entre si a área metropolitana do Porto (com quebra de bitola em Espinho), Aveiro e Viseu. O primeiro troço da Linha do Vouga, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, entrou ao serviço em 21 de Dezembro de 1908, tendo a Linha entre Espinho e Viseu sido totalmente concluída com a abertura do troço Vouzela–Bodiosa em 5 de Fevereiro de 1914. O Ramal de Aveiro foi inaugurado em 8 de Setembro de 1911.
Em agosto de 1972, o troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado, com a alegação de que as locomotivas a vapor causavam incêndios florestais. Após a Revolução de 25 de Abril, a Linha do Vouga foi reaberta em julho de 1975,[3] agora com comboios a diesel. No entanto, o troço entre Sernada do Vouga e Viseu acabou por ser definitivamente encerrado em 1 de Janeiro de 1990. Continuar ler mais informação histórica compilada pela Infraestruturas de Portugal.
Linha do Vouga – uma visita virtual
Trabalho realizado por Paula Azevedo, arquitecta da Unidade de Património Histórico e Cultural da IP Património, e Rosa Gomes e Ana Sousa, historiadoras da Comboios de Portugal, sobre a única linha ferroviária em via estreita ainda em exploração. Continuar a ler.
A ponte do Poço de Santiago
Ex-líbris do município de Sever do Vouga, a Ponte do Poço de Santiago, inaugurada em 1913, integrava o troço da ex-linha ferroviária do Vouga atualmente convertida em ecopista. Considerada a mais alta ponte de pedra de Portugal, trata-se de uma obra magnífica. Continuar a ler.
Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Macinhata do Vouga
Fundado em 1981, o Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Macinhata do Vouga, situado na segunda estação do ramal de Sernada a Aveiro, ocupa antigas instalações adaptadas para o efeito, sendo gerido no quadro de um protocolo de gestão partilhada entre a Câmara Municipal de Águeda e a Fundação do Museu Nacional Ferroviário. Continuar para mais informações ou consultar https://www.facebook.com/MuseuFerroviarioDeMacinhataDoVouga.
‘Comboio histórico’ da Linha do Vouga
A composição circula até 11 de setembro entre Aveiro e Macinhata do Vouga. Consultar mais informações aqui ou aqui.
Arquivo digital ‘Aveiro e Cultura’
Consultar fotos antigas e mais informação sobre a história da Linha do Vouga aqui.
Ecopista do Vouga (acompanhando o troço da Linha do Vouga desativado até Viseu)
Informações em https://www.facebook.com/ecopistadovouga. Sérgio Rodrigues Loureiro mapeou os túneis e as pontes no segmento Sernada do Vouga – Oliveira de Frades. Aceder aqui e aqui.
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