Havendo redução orçamental, esta deveria traduzir-se em redução da despesa corrente, de modo a haver um equilíbrio que não comprometesse a capacidade de investimento.
Licínio Pimenta e Nuno Silva *
“O desenvolvimento global e integrado do Município deve ser a ideia base da construção de um Plano de Atividades e Investimentos da Câmara Municipal, apresentados sob a forma de Documentos Previsionais. É através destes documentos que se aferem a ambição, visão estratégica e capacidade mobilizadora da liderança de um Executivo Municipal.
As preocupações inerentes à gestão económica, eficiente e eficaz, das atividades desenvolvidas pelo Município de Albergaria-a-Velha, no âmbito das suas atribuições, exigem a definição de linhas estratégicas de desenvolvimento que se reflitam, de forma clara, nos documentos previsionais, designadamente no plano plurianual de investimentos e nas atividades mais relevantes.
Cientes do Tempo que vivemos, é nossa obrigação desenvolver estratégias sustentáveis e geradoras de valor. Certos do espaço que ocupamos, das responsabilidades que temos e dos recursos de que dispomos não podemos querer menos do que a assunção de estratégias ambiciosas mas sustentadas, dinâmicas mas evolutivas e, acima de tudo, sérias, rigorosas e transparentes.
É também claro que, hoje, não competimos apenas ao nível local, regional ou nacional, pelo que temos de encontrar os nossos pontos de contacto nas mais diversas origens, devidamente alinhados com uma estratégia de desenvolvimento partilhada, participada e abrangente, em especial com as Empresas, com as Escolas, com as Instituições e
demais agentes locais.
No entanto, a Proposta que hoje discutimos e votamos demonstra o contrário do que defendemos e acreditamos ser possível e necessário para o desenvolvimento do nosso Município.
Não se vislumbra visão estratégica nem as opções parecem resultar de critérios objetivos de crescimento e desenvolvimento, com argumentos competitivos e capacidade de atração e fixação de Pessoas e novos investimentos.
É evidente, e preocupante, o contínuo crescimento das despesas correntes, especialmente em “Outros trabalhos especializados” que representam mais de 1,7 milhões de euros! Havendo redução orçamental, esta deveria traduzir-se em redução da despesa corrente, de modo a haver um equilíbrio que não comprometesse a capacidade de investimento, o que não se verifica. O investimento representa, apenas, 30% da despesa anual!
Por se tratar, como já referimos anteriormente, mais uma vez, de um conjunto de intenções avulsas, especialmente no que diz respeito ao investimento, sem qualquer convicção, pois está praticamente tudo em “Financiamento não definido”, votamos contra a proposta apresentada nos Documentos Previsionais para 2019.
* Vereadores do PSD na Câmara de Albergaria-a-Velha, declaração de voto das Grandes Opções do Plano (GOP) de 2019
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