Independência, profissionalismo e ética são mais fáceis com a autonomia financeira do respetivo órgão. Responsividade e utilidade social crescem melhor em quadros de eficaz interação entre o órgão e o contexto – designadamente o cívico.
Por Pompílio Souto *
A comunicação social local e regional pode desempenhar um papel muitíssimo importante na consolidação da democracia que temos e nos aprofundamentos de que ela hoje e sempre precisará.
Mas isso pressupõe órgãos livres, escrutináveis e socialmente úteis.
. Ao nível local essa liberdade ter-se-á de assumir na independência editorial e em profissionalismos competentes e eticamente responsáveis.
. Quanto à dita utilidade social, pressuporá desempenhos responsivos para destinatários e contextos educados, exigentes – para consigo e com o demais -, abertos e participativos. E se tudo assim for, para além do legítimo escrutínio que farão os órgãos do estado para tal democraticamente constituídos, também nós cidadãos – parte essencial dos referidos contextos – melhor civicamente o exerceremos.
Independência, profissionalismo e ética são mais fáceis com a autonomia financeira do respetivo órgão. Responsividade e utilidade social crescem melhor em quadros de eficaz interação entre o órgão e o contexto – designadamente o cívico.
Se o apoio à dita autonomia financeira – visando uma melhor democracia –, se pode dizer que será, sobretudo, responsabilidade e encargo do Estado, já a almejada responsividade é – inquestionavelmente – tarefa nossa e do órgão: abrindo-se um e outro, com transparência, e entreajudando-se no esclarecimento e debate do bom, do mau e das mudanças que se impõem para sermos comunidades menos desiguais, melhores e mais sustentáveis.
. Ora se isso implica reivindicar junto de quem governa, melhores e mais previsíveis apoios à comunicação social e local e regional, ainda que eventualmente especializados ou devida e publicamente contratualizadas.
. Isso também obriga a um entrosamento virtuoso eficaz e eficiente entre comunicação social e contexto destinatário, ainda que um e outro tenham de ser mais exigentes, quer na articulação do que importa relevar, quer na bondade do respetivo resultado.
Somos tão poucos, os meios são tão escassos e sabemos – de certeza absoluta – tão pouco sobre como construir comunidades educadas, cultas, financeira e economicamente sustentáveis e felizes, que dedicarmo-nos a agregar em vez de dividir – o saber, o conhecimento e a criatividade, p.ex. –, seria uma obra da maior importância.
. Também no domínio da comunicação social há muito que agregar e muitíssimo mais ainda para articular.
. Assim o queiramos todos, pelo menos um pouco.
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Assim, em conjunto, todos vamos melhorando.
* Coordenador da PLATAFORMAcidades; grupo de reflexão cívica | Blogue Plataforma Cidades | [email protected]
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