Um alerta para a necessidade de gerir as florestas de forma sustentável

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A 21 de março celebramos o Dia Internacional das Florestas, relembrando a importância de as cuidar. Um alerta para a necessidade de gerir as florestas de forma sustentável, no que respeita à utilização dos seus recursos, sobretudo em ecossistemas frágeis.

Por Bruna R.F. Oliveira *

As florestas são fundamentais para a nossa existência, dando-nos desde o ar que respiramos, à água que bebemos, até à madeira que utilizamos.

Apesar da nossa dependência das florestas, continuamos a permitir que estas desapareçam, seja pela necessidade de aumento das áreas de exploração agrícola, pelo aumento da pressão do aumento da população em certas regiões, ou até por incentivos fiscais, diretos ou indiretos, que promovem alterações no uso do solo.

No fundo, as funções ecológicas das florestas são também funções económicas, mas como não existe um mercado direto para a maior parte das funções ecológicas, estas são frequentemente negligenciadas.

As alterações climáticas e o aumento da área florestada com espécies vulneráveis aos incêndios vêm exacerbar a tendência de aumento da dimensão, severidade e recorrência dos incêndios florestais, representando estes uma ameaça às comunidades e à biodiversidade.

Na última década tornou-se incontestável a necessidade de adaptação dos ecossistemas florestais, numa perspetiva integrada de gestão de risco e planeamento florestal, para tornar sustentável a coexistência com os incêndios florestais.

Neste sentido, o projeto ModelEco (CESAM, DAO, UA) tem como objetivo desenvolver uma metodologia para estimar a produção primária e a evapotranspiração de florestas ardidas a partir de imagens de satélite e dados meteorológicos.

Os resultados do projeto vão melhorar significativamente a capacidade científica de prever a resposta de ecossistemas após incêndios, fornecendo informação crucial para a adoção de políticas de gestão florestal resilientes, que permitam proteger a vida na Terra e mitigar os efeitos das alterações climáticas.

* Coordenadora do ModelEco, CESAM, Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.

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