A criação, há três anos, de um Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) na Universidade, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e com o Alto Comissariado para as Migrações, foi um marco importante para o acompanhamento da comunidade internacional.
Por Paulo Jorge Ferreira *
O número de estudantes internacionais que procuram o Ensino Superior português tem crescido substancialmente nos últimos anos. O impacto da pandemia reduziu o ritmo da internacionalização, mas ainda assim no ano letivo 2020/21 frequentaram instituições de Ensino Superior portuguesas 58 960 estudantes de nacionalidade estrangeira, o que corresponde a um aumento de 76% relativamente a 2014/15.
Esperava-se que o número duplicasse entre 2020 e 2023, de forma a ultrapassar claramente a centena de milhar e a representar cerca de 25% do número total de estudantes. Este ritmo de crescimento representaria um acelerar da internacionalização – a duplicação tem vindo a ocorrer a intervalos de cerca de seis ou sete anos.
Para que as instituições de Ensino Superior portuguesas possam continuar a extrair todos os benefícios que a internacionalização pode trazer é essencial acolher, integrar e acompanhar. Em particular, é necessária uma resposta integrada e articulada às necessidades específicas da comunidade internacional.
Na Universidade de Aveiro, a componente internacional cresceu 58% nos últimos quatro anos, em toda a comunidade académica. No início de 2022, o número de trabalhadores internacionais representava cerca de 10% e o número de estudantes estrangeiros representava 17%. Se os estudantes estrangeiros da Universidade de Aveiro formassem um “distrito internacional”, esse seria o segundo maior distrito de recrutamento.
A criação, há três anos, de um Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) na Universidade, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e com o Alto Comissariado para as Migrações, foi um marco importante para o acompanhamento da comunidade internacional.
O número de atendimentos do CLAIM, o primeiro instalado numa universidade, cresceu rapidamente. Em 2019 foram realizados 331 atendimentos, em 2021 o número foi de 11 750 e 2022 contabiliza já mais de 5500 atendimentos. São tratados assuntos como a obtenção do número de identificação fiscal, ou relativos à entrada e permanência em território nacional, reagrupamento familiar, educação ou ensino-aprendizagem, saúde, habitação, trabalho e segurança social, entre outros.
Outras instituições de Ensino Superior criaram, entretanto, centros como o CLAIM. É uma de várias medidas que podem contribuir para a gestão adequada da realidade internacional. Na Universidade de Aveiro, o objetivo é fazer com que a internacionalização seja algo que fazemos acontecer, em vez de algo que nos acontece.
Vale a pena pensar nisso.
* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado em UA.pt.
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