A Universidade de Aveiro (UA) está envolvida num“novo e ambicioso projeto”, numa parceria restrita com outras academias a nível europeu, que será apresentado, em detalhe, “em breve”.
Anúncio feito pelo reitor Paulo Jorge Ferreira esta quarta-feira à tarde na sessão solene de início do novo ano académico.
“Ao longo da sua existência, a UA tem-se mantido fiel a uma visão fundadora, onde se destacava a internacionalização e ligação à região como pilares fundamentais. Iniciaremos dentro de pouco tempo um novo e ambicioso projeto inteiramente alinhado com esses pilares. A UA tornou-se uma das primeiras universidades europeias reconhecidas e financiadas pela Comissão Europeia”, referiu.
“É uma ideia de futuro desenvolvida com três universidades de outros tantos países europeus, que integram o consórcio europeu de universidades inovadoras, que a UA integra como membro fundador desde 1997”, acrescentou o reitor.
Segundo Paulo Jorge Ferreira, as universidades propõe-se “atacar problemas fulcrais para a sociedade de hoje, num ambiente interdisciplinar e internacional, no qual o ensino e a investigação se cruzam e complementam”.
Uma das propostas passa por “criar um sistema de reconhecimento de competências onde constaram unidades de formação obtidas em outros países ou instituições ao longo da carreira”.
“A ligação à região, às empresas e sociedade permitirá identificar desafios para o trabalho desta inovadora rede”, explicou o reitor.
A UA alterou o figurino da abertura do ano académico, decidindo autonomizar, em sessão própria, a entrega de bolsas e prémios atribuídos alunos, que passa a ter uma sessão própria, já agendada para 20 de novembro.
13 mil estudantes candidataram-se à UA
» A primeira fase do concurso nacional de acesso colocou na UA o maior número de sempre de estudantes, 2122, sem contar com concursos locais;
» O número de candidatos que elegeram a UA como primeira opção foi superior ao número de vagas, perto de 13 mil candidaturas;
» Admitidos em concursos locais 540 novos estudantes internacionais, que vieram de 36 países (Europa, Ásia, África e América). 181 frequentam licenciaturas e mestrados integrados, 209 doutoramentos. O programa Erasmus trouxe para a UA mais de 370 estudantes de 33 nacionalidades;
» Cerca de 60 por cento dos estudantes em programas doutorais são estrangeiros, com 90 nacionalidades e mais de 2000 estudantes internacionais;
» Nos últimos três meses, a gestão académica processou mais de 15 mil mensagens de correio eletrónico e realizou mais de 14 mil atendimentos ao balcão.
Ilídio Pinho reconhecido pela sua “competência e visão”
A sessão solene ficou marcada ainda pelo doutoramento Honoris Causa de Ilídio Pinho, 81 anos.
O conhecido empresário de Vale de Cambra, que despontou na indústria através da metalomecânica Colep, mantém, desde há longo tempo, colaboração próxima com a instituição de ensino superior público aveirense, integrando atualmente o Conselho de Curadores.
“A competência e visão” do homenageado “advêm de cargos de elevada relevância empresarial, que atestam as suas qualidades de empreendedor, de criador e inovador organizacional” destacou o reitor da UA, pela “invulgar capacidade de antecipar o futuro” que o tornaram “um dos empresários mais influentes em Portugal”.
A “notabilidade” do agora doutor Honoris Causa, sublinhou ainda Paulo Jorge Ferreira, abrange outros domínios, por “ser uma individualidade ímpar pela atenção especial e continuada dedicada à causa pública”, como benemérito de exceção e humanista profundo”, nomeadamente ao criar a Fundação Ilídio Pinho, em homenagem ao filho falecido Ilídio Pedro, “que colocou ao serviço da ciência, da valorização humana, do desenvolvimento económico,da promoção da cultura e solidariedade”. Das iniciativas promovidas, tem relevo nacional os prémios ‘Ciência na Escolas’.
Discurso direto
“Os professores são empresários do conhecimento humano, têm uma enorme responsabilidade e missão a cumprir (…). As empresas devem usufruir do contributo desta cultura inovadora dos jovens, das start up’s, que alastra a toda a sociedade (…). Agradeço à vida que o ‘Ciência na escola’ pode ajudar Portugal a lançar-se com novas raízes numa nova economia avançada, de base científico tecnológica, abandonando o modelo de desenvolvimento assente na mão de obra braçal, típico de países emergentes, para um novo modelo que repouse sobre uma mão de obra científica e tecnologicamente habilitada e preparada para os desafios do futuro. Esta é a estratégia estrutural em que acredito para mudar Portugal (…). Amo muito o meu país, esta Pátria que precisa de continuar a ser levantada e elevada a uma plataforma intercontinental e estratégica para a Europa e para o Mundo, apta a responder aos novos desafios da ciência empreendedora baseada no conhecimento, como fiz na Colep. Isso só será viável com apoio institucional” – Ilídio Pinho.
(em atualização)