Turismo: Empresas não valorizam o trabalho

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Ação sindical.

Apesar do grande crescimento de turistas, de dormidas e de receitas, as associações patronais e as empresas recusam negociar a contratação coletiva, negociar melhores salários, carreiras profissionais e condições de trabalho dignas.

Por António Baião *

Os hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares pagam salários muito baixos. Centenas de milhares de trabalhadores do setor recebem apenas o Salário Mínimo Nacional de 705€.

Além disso, as empresas não valorizam o trabalho prestado em dia feriado e ao fim de semana.

Os horários de trabalho praticados no setor são muito longos e instáveis, não assegurando a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar dos trabalhadores

Devido à falta de trabalhadores nas diversas secções, os ritmos de trabalho são muito intensos e põem em causa, de forma grave, a saúde dos trabalhadores e a qualidade de serviço.

Apesar do grande crescimento de turistas, de dormidas e de receitas, as associações patronais e as empresas recusam negociar a contratação coletiva, negociar melhores salários, carreiras profissionais e condições de trabalho dignas.

As empresas queixam-se da falta de mão de obra, mas não absorvem os formandos das escolas hoteleiras, reclamam junto do Governo a abertura de corredores de imigrantes, mas não garantem formação profissional em técnicas hoteleiras e línguas portuguesa e inglesa, nem contratos como efetivos para os imigrantes.

Com a vinda de imigrantes à força, as empresas o que querem é manter esta política de mão de obra barata, aumentar ainda mais precariedade e pôr em causa os direitos e a qualidade de serviço.

Por isso, estamos em luta por melhores salários, melhores horários, defesa dos direitos, carreiras profissionais e condições de trabalho dignas.

Pedimos o seu apoio e a sua solidariedade.

* Membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro.

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