“Todos os nossos planos seguem em frente” – Ribau Esteves

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Arranjo da rua das 'Cinco Bicas', Aveiro.

À excepção de grandes eventos, pelo menos até ao final do verão, como o Festival dos Canais, que terá uma versão amputada de concertos, e de alguns compassos de espera por necessidade de “mais tempo” nos processos de lançamento de concursos de projetos ou empreitadas, a pandemia do Covid-19 não obrigará a ‘travão a fundo’ nem a retirar investimentos do plano camarário em Aveiro.

“Todos os nossos planos seguem em frente, não vai ser preciso adiar grandes obras ou desistir por falta de capacidade. A Câmara resolveu o seu gravíssimo problema financeiro e temos de consolidar o serviço de dívida. Mas estamos preparados”, reafirmou esta segunda-feira o presidente da Câmara.

Ribau Esteves falava ao responder a questões colocadas durante um fórum online que durou cerca de uma hora, após um périplo por obras em curso no concelho realizado no âmbito do programa do feriado municipal, a assinalar amanhã sem as habituais comemorações solenes, por razões de saúde pública.

Aveiro continuava a ser, no início desta semana, o segundo concelho mais atingido pela pandemia entre os 11 do Baixo Vouga, com 350 infetados (75% dos casos em lares) e 29 óbitos.

“A nossa população tem tido um comportamento excelente, tem sabido estar neste confinamento, os comerciantes foram abrindo a 4 de maio, de hoje a uma semana serão os restaurantes e as unidades comerciais, estamos a autorizar esplanadas com mais espaço, com isenções. É dessa forma que vamos continuar a fazer este trabalho, com esse apoio”, disse o edil.

As “incidências” do Covid-19 “não vão ter influência nenhuma” em projetos de qualificação do parque escolar que estão previstos até ao final do mandato “com prioridade”.

O mesmo se aplica a outros investimentos. “Pelo contrário, o Covid-19 obriga a acelerar investimento público”, vincou Ribau Esteves que foi questionado também sobre a intervenção no Rossio, adiantando que “dentro de pouco tempo” será feito “um ponto de situação completo”.

Mas a aposta também manter-se-á, tudo indica. “Acreditamos muito nesta obra, vamos falar sobre o seu futuro proximamente. Nesta fase tornou-se ainda mais importante para seguirmos em frente, temos de requalificar a cidade. É minha convição que temos aqui três verões, dois anos, para voltar a crescer em patamares tão fortes como tivemos em 2019, o ano mais forte. Agora o corte foi brutal, o setor parou”, referiu o autarca, defendendo o avanço de investimentos “para dentro de dois anos” Aveiro “ser mais atrativa e dar algo de todos para reconquistar o patamar alcançado”.

No plano viário, Ribau Esteves aludiu aos melhoramentos previstos para a antiga EN109 na zona de Cacia, aproximando-se o arranque da nova rotunda junto à Lusovouga e manteve que a intervenção na EN235, junto ao cruzamento da Bica, em Mamodeiro, “está a correr bem” com a criação da primeira de duas rotundas para fazer a transposição entre os dois lados da localidade. “Vamos resolver o constragimento viário, não divide nada, vai juntar, interligar com mais segurança”, assegurou.

Referiu-se também à “aposta em ciclovia”, de que a via dedicada entre a estação da CP e o campus da Universidade “é um contributo”, e salientou a criação de “espaços partilhados”, como se vê na renovada Rua do Gravito, considerado “um bom exemplo” para o projeto em elaboração tendo em vista a requalificação do bairro da Beira Mar.

Sobre a requalificação da Avenida Lourenço Peixinho, falta apenas o ‘visto’ do Tribunal de Contas para ‘entrar em obra’, o que poderá acontecer até ao Verão.

A pandemia obriga nesta altura a estar mais atento às associações sociais com lares, que têm recebido apoios maiores, nomeadamente equipamentos de proteção individual. Mas a Câmara reafirma disponibilidade para “ajudar” as desportivas e culturais que tiveram de suspender a atividade.

No plano fiscal, Ribau Esteves admitiu “ponderar” no final do ano mexidas ‘em baixa’ no IMI, embora lembrando ser importante ter em conta “o cuidado e a consciência da necessidade de receitas” para combater o Covid-19, de quem precisa de ajuda, bem como a “continuar a pagar a dívida e os investimentos”.

Sobre a intervenção em vários espaços urbanos que implica corte de árvores, disse que “é necessário ir modelando” as operações em causa, compatibilizando as que são possível manter com os “riscos” de outras “para a segurança pública”, sendo os abates feitos “com credibilidade técnica”.

Destaques de apontamentos feito durante o périplo pelo concelho

» “Dois espaços notáveis em requalificação”: O largo das ‘5 Bicas’ (505 mil euros) e a antiga estação da CP (854 mil euros) para “continuar a dar vida ao centro da cidade e preparar o futuro para quem nos visita”;

» Parque de estacionamento de apoio à intermodalidade (610 mil euros) para a criação de 275 espaços de estacionamento e 12 lugares para autocaravanas;

» Rua da Pega em reabilitação total (2,2 milhões de euros), com via ciclável dedicada;

» Rua Direita de Verba, com requalificação já em fase final, um investimento de 500 mil euros;

» Obras de recuperação de habitações sociais na Cova do Ouro e obra dos Montes de Azurva (529.277 euros).

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