“Continua gravado na memória esse feito, evidentemente”. 25 anos depois, Mano Nunes revive a conquista da Taça de Portugal “como se tivesse sido ontem”. O antigo presidente fala, ainda, do presente e do futuro do clube.
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Mano Nunes assistiu ao maior feito do clube no banco junto dos treinadores, jogadores suplentes e outros membros do staff, à flor da relva do emblemático estádio do Jamor. “Todos foram extraordinários”, recorda em jeito de homenagem aos heróis do momento mais alto da já centenária história aurinegra.
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Apesar da ‘explosão de alegria’ provocada pela ‘obra de arte’ desenhada pelos pés de Ricardo Sousa, que viria a dar a vitória, as mãos dos aveirenses que assistiam à partida ainda foram algumas vezes lançadas à cabeça devido à aflição causada por ataques do Campomaiorense, valendo em algumas dessas incursões o guarda-redes Palatsi, ao fazer defesas de nível de dificuldade elevado.
A ‘festa da Taça’ não fez esquecer, mas ajudou a aliviar as dores da descida à segunda divisão na mesma época, em que muitos acreditam que o Beira-Mar foi ‘sacrificado’ a favor de outros interesses do futebol português. Um momento “horrível” recorda Mano Nunes, que contrastou com a felicidade vivida no estádio nacional e numa recepção “nunca vista” em Aveiro.
Discurso direto
“Nunca esqueço as defesas do Palatsi” – Mano Nunes (ouvir abaixo)
Anos mais tarde, Mano Nunes viu os sócios preterirem uma proposta de SAD a favor de outros investidores cujas promessas, afinal, não garantiram por muito tempo a sustentabilidade do futebol profissional, iniciando a ‘queda ao abismo’ do próprio clube, ainda hoje muito distante dos grandes palcos que se habituou a frequentar épocas a fio.
Mano Nunes acredita nas capacidades do atual presidente Nuno Quintaneiro, com quem trabalhou, mas avisa que não é tarefa para uma pessoa. “O Beira-Mar tem de ser pensado e ajudado pelas forças vivas, inclusivamente pelo presidente da Câmara neste fim de mandato”, apela.
Sobre o futebol sénior, o antigo dirigente lembra que um projeto de subida a patamares mais altos só é possível com investidores, de fora ou ligados à terra. O próprio poderá analisar uma participação, que fica condicionada a quem ‘entrar’ na sociedade que se venha a formar.
Discurso direto
“Um homem só não consegue dar a volta à situação em que o Beira-Mar está” – Mano Nunes (ouvir abaixo)
Discurso direto
“Tem de entrar dinheiro fresco para se darem os passos para irmos subindo. De ano para ano é cada vez mais difícil” (ouvir abaixo)
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