As test beds são instrumentos fundamentais para acelerar a transição digital.
Por Paulo Jorge Ferreira *
Foram apresentados na Universidade de Aveiro os primeiros 30 consórcios de inovação que integram neste momento a Rede Nacional de Test Beds.
Com uma dotação total de 150 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, esta iniciativa é coordenada pela Estrutura de Missão Portugal Digital, e apoiada pelo IAPMEI, ANI, Compete, DGAE e Startup Portugal, prevendo-se que dela resultem, até ao terceiro trimestre de 2025, um total de 2415 produtos-piloto.
As test beds são instrumentos fundamentais para acelerar a transição digital. Funcionam como polos de inovação que permitem às empresas testar e validar a qualidade, a segurança, a escalabilidade e o desempenho dos seus produtos/serviços num ambiente seguro e controlado antes de serem lançados no mercado ou implementados em operações de grande escala.
Este ambiente de teste, desenvolvimento e experimentação pode ser físico ou virtual e replica as condições do mundo real, incentivando ainda a colaboração entre as empresas responsáveis pela sua operação e as que prestam serviços relacionados com a experimentação.
Desta forma, reduzem-se os riscos associados ao lançamento de um novo produto/serviço, economiza-se nos custos, com uma clara melhoria na qualidade final, e acelera-se o processo de desenvolvimento.
Estes instrumentos têm ainda outras vantagens. Permitem a partilha de conhecimento através de casos de estudo e a aprendizagem de processos digitais por parte das pequenas e médias empresas (PME). Em conjugação com as zonas livres tecnológicas (ZLT) e os digital hubs, as test beds proporcionam o contexto necessário para que as novas tecnologias cheguem à prática mais cedo, sem os impedimentos legais que muitas vezes condicionam a sua transferência para o mercado e impõem prazos mais longos durante as várias fases de desenvolvimento dos produtos.
A apresentação do trabalho que já está a ser desenvolvido pelos consórcios, oito dos quais liderados por entidades de Aveiro, dará mais visibilidade a estes esforços de inovação que pelas suas consequências são de louvar.
Vale a pena pensar nisso.
* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado em UA.pt.
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