“Foi um desafio enorme. Agradeço ao presidente da Câmara e à sua equipa pela oportunidade de expor um tema que amo e me diz muito, porque sou um apaixonado por esta matéria, que quero desenvolver a nível nacional e internacional. Estarei sempre ao dispor”.
Palavras do arquiteto Pedro Silva, esta quarta-feira à tarde, a terminar a apresentação do livro “Arte Nova de Aveiro. Estudo Arquitetónico”, que destaca uma das partes da sua tese de doutoramento que dedicou ao movimento artístico e arquitetónico que teve expressão entre o final do século XIX e os inícios do século XX.
A obra, que foi apresentada na antiga Casa Major Pessoa, atual Museu Arte Nova, um dos principais exemplares locais, destaca-se por seguir uma “metodologia” que o autor considerou “inovadora” ao fazer a análise gráfica das edificações de Arte Nova da cidade de Aveiro, um dos principais núcleos nacionais e mesmo europeus “numa perspetiva de arquiteto” complementada com um registo fotográfico “de rigor”, que levou a auto retificação das imagens. A “determinação dos graus de pureza” dos exemplares Arte Nova foi uma das principais preocupações do autor.
O livro inclui um catálogo de edifícios, a referência aos principais impulsionadores, como Silva Rocha, na difusão do movimento de Aveiro.
O autor faz um enquadramento da arquitetura Arte Nova, bem como a contextualização histórica e origens em Portugal, relevando o “contexto aveirense e dos grandes centros difusores europeus”.
Uma obra “para nos ajudar a apresentar uma faceta importante da cidade”
O presidente da Câmara sublinhou a importância da publicação da obra “para nos ajudar a apresentar uma faceta importante da cidade e região, que é uma característica diferenciadora, embora não esteja, em regra, na primeira linha, como acontece com os ovos moles, os moliceiros, ou a cidade dos canais”.
“O sítio onde estamos, e tantos outros sítios, tem no arrojo, na beleza, na forma como misturou com outras artes, outras indústrias, uma profundidade e característica distintiva, que torna Aveiro uma das cidades mais importantes do país e dos países europeus que marcados pelo desenho com beleza. Nós temos esse privilégio”, acrescentou.
O edil deixou um “agradecimento” ao autor “pelo trabalho” realizado e “o desafio” que fez à autarquia “para saber mais sobre esta componente artística, aprofundando o conhecimento”, considerando que o livro “é um pretexto para vir conhecer a Arte Nova” da cidade.
A Câmara assumiu a publicação “para partilhar elementos fantásticos da cidade e exponenciar em beleza um trabalho fantástico”, concluiu.
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