Havendo investimento, continuamos a acreditar firmemente que Portugal é foco da atenção internacional, não só por motivos menos bons.
Diamantino Sabina *
E assim, num instante, decorreram quatro décadas desde o nascimento da “joint-venture” ISOPOR!
Ainda me lembro, bem jovem, o caminho sinuoso, rodopiando pinheiros e eucaliptos e as muitas raízes até ao seu acesso principal!
Lembro-me também de duas ou três paragens em que passei aqui alguns dias, ora na calafetação das idas, mas não saudosas, caldeiras de nafta, ora na substituição de válvulas e outros instrumentos, aqui e ali.
A DOW é parte intrínseca da história industrial, económica e social deste nosso Concelho e é com orgulho e satisfação que hoje convosco celebro esta relevante data.
É uma das peças fundamentais para o melhor funcionamento daquilo que conhecemos por Complexo Químico de Estarreja e detentora duma receita que se revelou ao longo dos anos essencial para a preciosa ajuda do desenvolvimento deste território.
Como em qualquer outra área industrial teve que se renovar e teve que investir para se manter competitiva! Sendo a exigência dessa renovação em Portugal bem maior que noutros países da Europa e do Mundo! As circunstâncias exigem-no. Tem que haver mais argúcia, mais capacidade, mais perspicácia.
Numa indústria cuja produção exige no seu cômputo cerca de 40% de custo em Energia, é de facto de louvar como estas nossas empresas mantêm o nível de competitividade quando estes custos de contexto em Portugal têm um importe superior em cerca de 30% da média europeia!
Não obstante, a DOW continua a apostar em Estarreja e em Portugal, num investimento que tem sido contínuo e considerável, envolvendo também em consórcio outras empresas deste Complexo Químico.
E havendo investimento, continuamos a acreditar firmemente que Portugal é foco da atenção internacional, não só por motivos menos bons.
Quem conhece a qualidade da nossa mão-de-obra, a capacidade de inovar, a capacidade de obter e desenvolver conhecimento através das nossas Universidades, quem reconhece as nossas condições Geoestratégicas, a nossa estabilidade social, o quão bem estamos servidos de vias de comunicação, percebe que Portugal continua e continuará a ser opção para investir.
Sr. Ministro! Em Estarreja temos feito um esforço enorme para contribuir para a competitividade do nosso País!
O parque empresarial aqui ao lado é hoje grande foco de atenção por quem trabalha na atração de investimento, internacional e nacional. É um parque bem estruturado, bem dimensionado e bem posicionado, no país e na Europa! Muito bem servido de infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e marítimas! Do maior interesse para qualquer empresário.
Temos um Parque Empresarial Moderno, com as mais variadas tipologias industriais, ótimo ambiente para parcerias. A Indústria Química, a Indústria Automóvel, os moldes e a injeção de plásticos, os equipamentos de frio, as antenas parabólicas, a metalomecânica, a serralharia civil, os painéis fotovoltaicos, a metalomecânica de precisão, o filme plástico para a indústria alimentar e vários outros tipos de indústria que aqui pode encontrar.
Temos investido muito tempo e recursos neste nosso Parque Empresarial… e fizemo-lo porque entendemos que a estratégia deveria ser esta. Que passasse essencialmente pelo desenvolvimento económico! É uma estratégia que temos trabalhado bem e que tem redundado em resultados muito favoráveis.
Em cerca de 5 anos e meio duplicámos para 28 as empresas, só no Eco-Parque Empresarial e mais que triplicámos os postos de trabalho.
Estamos empenhados Sr. Ministro, mas como bem sabe, nem tudo é um mar de rosas! Longe disso, aliás.
A maior parte do território nacional está dividido numa realidade minifundiária, não sendo Estarreja exceção, e os processos para aquisição dos terrenos são um sério e lento desafio. O tempo para constituirmos um lote poderá por vezes ser determinante para garantirmos o investimento.
O certo é que o tempo do investidor muitas vezes não se coaduna com a pesada carga burocrática dos processos do nosso Estado.
Também venho defendendo há tempos que há um sério desequilíbrio entre a formação (académica ou não) lecionada em Portugal e a oferta de emprego. O Ensino Profissional perdeu estatuto desde há muito e é hoje essencial para “alimentar” as necessidades dos nossos empresários. Nos dias que correm, é vulgar que o ordenado de um bom profissional de soldadura, de um bom tubista ou instrumentista ultrapasse o de um Eng.º Mecânico de produção.
Acresce que infelizmente, não só necessariamente por esta razão mas também, andamos a exportar os nossos dispendiosos e qualificados recursos, licenciados nas nossas Universidades.
Em Estarreja, em parceria com entidades acreditadas na formação Profissional, como são a ATEC e a Escola Profissional de Aveiro, e em estreita colaboração com os empresários locais, concebemos um Catálogo de Formação com cursos à medida da indústria local. Entendemos que o ensino “Dual” pode ser também um caminho válido para encontrarmos esse equilíbrio.
É de fulcral importância este Complexo Químico de Estarreja! Não só para o Concelho e Região mas para o país! Só em postos de trabalho são 600 diretos e outros 2500 indiretos!
Em face do sucesso desta unidade para toda a operação DOW ao longo de todos estes anos, estou certo que vamos continuar a contar com a DOW em Estarreja por muitos e longos anos!
Parabéns DOW por estes 40 anos bem-sucedidos!
Parabéns também pelos próximos 40!
* Presidente da Câmara de Estarreja, discurso nos 40 anos da empresa DOW.