O ponto alcançado pelo Beira-Mar em casa da União Desportiva de Santarém (1-1) teve um sabor amargo, atendendo às circunstâncias do jogo, com os locais a terem de alinhar em inferioridade numérica após o golo dos visitantes, com cerca de meia hora.
O treinador aveirense não escondeu o desalento com a sua equipa que vê em risco o terceiro lugar: “Hoje acabámos por dar tiros nos pés, já houve jogos em que defendi os jogadores, porque senti que deram o máximo e o melhor pela equipa. Se nós nos queremos definir como candidatos temos de querer mais, mas também temos de fazer mais”, disse nas declarações transmitidas pela rádio Terra Nova.
Ricardo Sousa esperava outro desempenho em campo, sem falhas que tem sido corrigidas nos treinos. “Uma boa exibição até ao golo, até à expulsão. Depois deixámos de ser ativos para sermos reativos. Só jogámos aquilo que nos deixavam jogar, quando podíamos ter mais controlo de jogo, ter mais velocidade, com intensidade e mais rápidos nas decisões. Aconteceu o contrário, fomos lentos e pouco objetivos. O golo do empate estava-se a ver. O Santarém teve oportunidades por erros nossos, que já foram vistos e revistos 50 vezes. Definimos um objetivo sério e digno, estamos a dar a cara, mas os jogadores também têm de dizer se querem e demonstrar em campo”, exigiu.
O técnico aurinegro espera que os ajustes no plantel possa ajudar na melhoria dos resultados já com a receção ao líder Praiense em mente. “Temos feito várias experiências, só dois jogadores não foram titulares, o Frank e o Boateng. As oportunidades foram dadas a todos, porque gostamos de harmonia de grupo muito grande. Temos de continuar na tentativa de tomar as melhores decisões. Chegaram mais jogadores para dar competitividade em termos de equipa e vão ser mais valias. Esperemos que nos possam ajudar. Na minha opinião, o Beira-Mar tem uma primeira e uma segunda fase muito boa de construção mas depois na decisão e finalização sem a objetividade necessária. Hoje faltou-nos inteligência e liderança no campo, para perceber os momentos do jogo. Isto é uma maratona, estamos bem classificados para o que queremos, vamos continuar a trabalhar”, prometeu, deixando uma nota de confiança.
“Não se o Beira-Mar a perder chegava ao empate”
“Devemos valorizar uma equipa como a nossa, do meio da tabela, depois do revés do penalti e da expulsão, falharmos um penalti, com estes factores, entrar na segunda parte, fazer um golo e ter uma mão cheia de oportunidades flagrantes, não que o Beira-Mar não tenha tido.
Acho que a minha equipa foi muito eficaz ofensivamente, porque as grandes oportunidades até são nossos. Fomos uma equipa compacta, não apenas de transições, tivemos alguma qualidade. Com 10 mais difícil se torna, mas a equipa também se une e junta. Fizemos um golo e falhámos oportunidades. Não se o Beira-Mar a perder chegava ao empate. O empate premeia o grande jogo que fizemos. Extraordinário, a roçar a perfeição em termos ofensivas e defensivos, com um Beira-Mar com grande qualidade, com muitas soluções” – André Luís, treinador da União de Santarém.
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