A tecnologia é fundamental para lidar com os desafios, mas não chega. O conhecimento, a capacidade de atrair e reter talento e uma boa articulação entre instituições de Ensino Superior, autarquias, empresas e associações são essenciais.
Por Paulo Jorge Ferreira *
Mais de metade da população mundial vive em cidades e estas são responsáveis por 75% do consumo global de energia e 80% das emissões de CO2. Por isso, o futuro do planeta depende da gestão eficiente das zonas urbanas e da forma como comunicamos, vivemos e interagimos nesses espaços.
A transição digital, a transição climática e a economia baseada no conhecimento são desafios importantes para quem tem de gerir as zonas urbanas. Não pode haver um Pacto Ecológico nem um Pacto Digital sem conhecimento, competências e capacitação. A tecnologia é fundamental para lidar com os desafios, mas não chega. O conhecimento, a capacidade de atrair e reter talento e uma boa articulação entre instituições de Ensino Superior, autarquias, empresas e associações são essenciais.
Há três anos, a Universidade de Aveiro, a Câmara Municipal de Aveiro, o Instituto de Telecomunicações, a Altice Labs, a CEDES, a Inova-Ria, a Nokia, a Bosch Termotecnologia, a OLI, a The Navigator Company, a Transdev e a Veolia uniram esforços para transformar Aveiro num território mais conectado, com serviços mais eficientes e com cidadãos mais capacitados e com melhores oportunidades de emprego.
Aveiro foi durante este tempo um laboratório vivo de experimentação digital, com impacto na educação, no desenvolvimento económico, na cultura, na mobilidade e no ambiente. Com um investimento de 6,1 milhões de euros, dos quais 4,9 milhões cofinanciados por fundos comunitários, colocou-se em marcha um projeto de Educação STEAM e criou-se um Observatório do Emprego. Os objetivos eram capacitar recursos humanos e aumentar a competitividade das empresas. O centro urbano de Aveiro serviu de laboratório de testes para várias empresas de base tecnológica, startups e centros de investigação e desenvolvimento.
Foi um trabalho voltado para o futuro e uma oportunidade transformadora para qualificar a cidade e a região. Contribuiu substancialmente para o aumento de competências digitais e STEAM, para a capacitação e valorização do talento, para a qualidade dos serviços e para a criação de novos serviços de apoio à economia local.
A colaboração foi agora renovada, através de um novo acordo de colaboração que integrou mais quatro parceiros – a TICE.PT, o Cluster Habitat Sustentável, a AIDA CCI – Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro e o PCI · Creative Science Park Aveiro Region.
É importante prosseguir com estas ações, mas também seria importante proceder à transferência desta experiência para outras cidades do país.
* Reitor da Universidade de Aveiro. Texto publicado no site UA.pt.
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