A ex-funcionária de um ATL em Esmoriz, Ovar, acusada de furtos a familiares de utentes, que foram prejudicados em vários milhares de euros, e também desvio de verbas da instituição, faltou ao início do julgamento, pela segunda vez, sem apresentar justificação, esta manhã, no Tribunal de Aveiro.
A juíza presidente do coletivo aplicou multa à arguida de 38 anos, sem prejuízo de emissão de mandado de detenção.
Depois de um primeiro adiamento, o tribunal iniciou a produção de prova com a audição de testemunhas, no caso pessoas que viram as casas assaltadas.
A arguida, residente na zona de Paramos, Espinho, terá feito cópias de chaves de casa que retirava das mochilas de utentes do ATL.
Como tinha grande proximidade às crianças, conseguia obter informação sobre os hábitos dos pais, o que permitia fazer os assaltos quando estavam ausentes. Mas há registo de outros casos, em que recorria à chantagem para que os menores lhe trouxessem objetos de valor, como ouro, e dinheiro. Alguns dos utentes assumiram tais factos em tribunal durante o julgamento.
Na sequência de várias queixas durante 2015 por furtos de jóias (valores estimados em 18 mil euros) e dinheiro (sete mil euros), a investigação da GNR veio a recuperar chaves e alguns artigos em casa da arguida, já com antecedentes por crimes similares.
A mulher é suspeita também de se apoderar de mensalidades das famílias inscritas no ATL, que entretanto deixou de funcionar. Mas neste processo agora em julgamento responde por uma dezena de crimes de furto.