Start-up aveirense que usa algas para recuperar ‘terras raras’ distinguida nos Prémios Empreendedor XXI

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Laboratório da UA.

A N9VE, start-up de Aveiro, que desenvolveu “uma tecnologia disruptiva, escalável e inovadora” para recuperação de ‘terras raras’ do lixo eletrónico, usando macroalgas, foi novamente distinguida, desta vez com o ‘Born from Knowledge (BfK) Awards’, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI) no âmbito dos Prémios Empreendedor XXI.

O lixo eletrónico pode ter concentrações de mais de 30% em terras raras, contudo, atualmente, menos de 18% é reciclado.

Assim, a tecnologia desenvolvida pela N9VE “permite recuperar terras raras, como o Neodímio (Nd), elemento que representa 91% do consumo global de terras raras, valendo 2,45 biliões de euros (G€)”, explica um comunicado da ANI.

A alga é utilizada no processo de biossorção dos metais, permitindo recuperar e reciclar mais de 90% dos reagentes utilizados. Simultaneamente, devido ao cultivo de algas, promove a descarbonização do planeta, sublinha a entidade.

A tecnologia da N9VE é uma alternativa ao processo de mineração – um mercado dominado pela China, que detém grande parte das reservas mundiais e controla toda a cadeia produtiva – capaz de recuperar 60% com a agravante de produzir resíduos tóxicos e radioativos.

Discurso direto

“Este é um projeto que demonstra o poder do conhecimento para criar soluções sustentáveis para as necessidades da economia e que vão ao encontro dos objetivos europeus, nomeadamente nas áreas de transição para uma economia verde” – João Borga, administrador da ANI.

Mais valias da tecnolgia com recurso a algas

» O lixo eletrónico é usado como uma fonte mais eficiente e sustentável de terras raras. Com 3,6 toneladas de magnetes e 20 toneladas de algas, a N9VE consegue produzir 1 tonelada de Nd, e capturar 30 toneladas de CO2, com uma margem bruta de aproximadamente 57%. Os magnetes permanentes são constituídos por 30% de Nd e correspondem ao maior uso das terras raras (38% do mercado total), “já que são cruciais para o funcionamento dos equipamentos eletrónicos”;

» As propriedades magnéticas, elétricas, catalíticas ou luminescentes das terras raras são imprescindíveis no quotidiano, já que são usadas em várias indústrias, nomeadamente na produção de turbinas eólicas, de telemóveis, computadores e de carros elétricos, sendo uma matéria-prima essencial para a transição para a energia verde;

» O principal problema no seu uso reside na sua extração por mineração. É que além de as reservas mundiais de terras raras serem de aproximadamente 120 megatoneladas, sendo expetável que se esgotem em 20 anos, a atual mineração e produção de terras raras é altamente poluente e tóxica para o planeta. Para se obter cerca de 7 kg destes elementos, produz-se 14 toneladas de lixo tóxico e radioativo.

» O lixo eletrónico pode ter concentrações de mais de 30% em terras raras, contudo, atualmente, menos de 18% é reciclado. A tecnologia desenvolvida pela N9VE permite recuperar terras raras, como o Neodímio (Nd), elemento que representa 91% do consumo global de terras raras, valendo 2,45 biliões de euros (G€).

Prémios Empreendedor XXI já apoiaram mais de 430 empresas

Os Prémios Empreendedor XXI são uma iniciativa promovida pelo BPI e pela DayOne – divisão especializada do CaixaBank para empresas de tecnologia, inovação e respetivos investidores – em parceria com a ANI – Agência Nacional de Inovação, e conta com o apoio institucional do Ministério da Economia. Em 15 edições, já apoiaram o crescimento de mais de 430 empresas, com 6,7 milhões de euros em prémios.

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