A Câmara de Santa Maria da Feira anunciou hoje que está a “preparar” uma candidatura à ‘Rede de Cidades Criativas da UNESCO’ na área da gastronomia.
Com esta proposta, a formalizar até junho de 2021, espera-se “impulsionar o setor do turismo” do concelho” em busca de “novos desafios e oportunidades” no contexto atual de “adversidades”.
Segundo Gil Ferreira, vereador do pelouro de Cultura, Turismo, Bibliotecas e Museus, a “aposta da autarquia no turismo gastronómico” irá ser reforçada nas opções estratégicas para o quadriénio 2021-2025, “continuando a afirmar Santa Maria da Feira como um destino cultural por excelência, adicionando a Gastronomia como expressão e referência de uma identidade milenar”.
Para a autarquia, a localização estratégica de Santa Maria da Feira, entre o Porto e o Rio Douro (a Norte), Aveiro e a sua ria (Sul), as serras (Este) e o Atlântico (Oeste), “propicia uma oferta gastronómica rica e diversificada, com clara influência da região de Entre o Douro e Vouga e uma grande diversidade de peixes, carnes e produtos lácteos, bem como vegetais e frutos, muitos produzidos pelos pequenos produtores do concelho”.
O que aliado ao “saber fazer” das gentes feirenses e criatividade dos seus ‘chefs’ conferem a Santa Maria da Feira “a reputação de um destino gastronómico em desenvolvimento e um destino de excelência para degustar diferentes receitas e sabores de qualidade, condimentados pela hospitalidade e profissionalismo dos feirenses.”
Papel relevante na atratividade
» A gastronomia desempenha um papel relevante na atratividade de Santa Maria da Feira, sendo uma das componentes essenciais e mais valorizadas da sua oferta turística, destacando-se não só a doçaria, com a Fogaça da Feira – consagrada com a Denominação Geográfica Protegida pela União Europeia, e as suas inúmeras recriações gastronómicas, os Caladinhos ou os Doces de Coimbra; mas também uma gastronomia diversificada e de grande qualidade, com recurso a produtos identitários, nos restaurantes do concelho.
» Promover a gastronomia regional enquanto elemento central da estratégia de desenvolvimento sustentável e de afirmação cultural e da identidade histórica do concelho; dinamizar a cadeia produtiva local, colaborando na distribuição dos produtos locais e endógenos e inseri-los nos estabelecimentos de restauração e na sua comercialização ao consumidor final; estabelecer, no reconvertido mercado municipal de Santa Maria da Feira, um ‘Observatório’ e ‘Hub Gastronómico’, unindo produtores, artistas, fornecedores e estabelecimentos de restauração locais, num conceito “do campo para a mesa” contam-se nos principais objetivos traçados na candidatura, a concretizar num horizonte temporal entre 2021-2025.
Discurso direto
“Pretendemos fazer uma grande aposta na gastronomia enquanto elemento central e estruturante na promoção do destino Santa Maria da Feira. Mas também na criação de postos de trabalho, na potenciação da requalificação do património, na animação e segurança dos espaços públicos e na potenciação da cadeia de valor económica e criativa”. – Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal.
Rede de Cidades Criativas da UNESCO
A Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi criada em 2004 para promover a cooperação com e entre cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável. As 246 cidades que atualmente compõem esta rede trabalham juntas em direção a um objetivo comum: colocar a criatividade e as indústrias culturais no centro dos seus planos de desenvolvimento no nível local e cooperar ativamente no nível internacional nas áreas da gastronomia, artesanato e artes folclóricas, media arts, cinema, design, literatura e música.