SOS Autocarros

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SOS Autocarros.
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Os empresários do Movimento SOS Autocarros rogam ao Governo, com o apoio dos vários partidos políticos, que constitua uma equipa multiministerial, que reúna com os representantes das empresas de autocarros de turismo e setores deles dependentes e encontrem soluções urgentes para:

Pelo Grupo de Trabalho do Movimento SOS Autocarros *

No dia 14 de Agosto reuniram-se novamente os empresários do setor dos autocarros de turismo.

Os profissionais dos autocarros de turismo, em conjunto com guias turísticos, agências de viagens, hotelaria, agentes culturais e do entretenimento, garantiram a sustentabilidade da recuperação económica da última década.

A crise económica e social provocada por esta pandemia da Covid-19 só poderá ser vencida com estes mesmos agentes que deram provas inestimáveis de orgulho patriótico, ao prestarem um serviço de elevado valor competitivo no exigente mundo do turismo europeu e mundial.

As empresas dos autocarros de turismo têm agora quebras de faturação de 80% a 100%, o layoff simplificado terminou a sua capacidade de resposta ao setor em Julho, em Setembro termina a disponibilidade das seguradoras para reduzir o valor dos seguros das frotas, em Março de 2021 terminam as moratórias das prestações das viaturas.

Perante este cenário, os empresários ponderam agora despedimentos em massa, venda ao desbarato das suas viaturas, fecho das empresas ou mesmo a insolvência. Se nada for feito, não teremos estes profissionais disponíveis para assegurar a recuperação do país no pós-Covid. Isto trará consequências graves também para toda a fileira de construção e manutenção de autocarros em Portugal, com milhares de postos de trabalho em risco e várias unidades exportadoras também em vias de fecho.

Os empresários do Movimento SOS Autocarros rogam ao Governo, com o apoio dos vários partidos políticos, que constitua uma equipa multiministerial, que reúna com os representantes das empresas de autocarros de turismo e setores deles dependentes e encontrem soluções urgentes para:

– necessidade de financiamento adequado e específico às necessidades do setor e aos cenários de quebras acentuadas de faturação para dois anos, principalmente para enfrentar o fim das moratórias dos leasings em Março (em viaturas com custo de aquisição de 250 mil euros);

– evitar despedimentos em massa de funcionários altamente qualificados, com perdas irrecuperáveis para a economia e com encargos acrescidos para a Segurança Social;

– revalorização das frotas das empresas de autocarros de turismo, nomeadamente através da discriminação positiva dos autocarros de categoria 3, por exemplo no prolongar da antiguidade destas viaturas para o transporte de crianças;

– defesa das empresas com maiores quebras de faturação nos concursos públicos para transportes regulares da Administração Central e Local;

– justiça na relação das empresas com as seguradoras, principalmente quando o risco diminuiu brutalmente e isso não é refletido nos prémios de seguros ativos ou nos novos seguros;

– revisão da lotação permitida nos autocarros de turismo, equiparando-a à realidade dos aviões.

Aconselhamos a que se aproveita a constituição dessas equipas para preparar um futuro pós-Covid-19 diferente para o setor, com:

– concessão de apoios semelhantes aos dos camiões no gasóleo e portagens, como forma de aumentar a rendibilidade futura destas empresas e reconhecendo que o uso que é feito desses bens é meramente profissional;

– revisão do enquadramento legal do setor para que se consigam alcançar reservas nas empresas que suportem melhor uma futura crise;

– apoio ao acesso à profissão de motorista de turismo e sua proteção perante cenários de instabilidade económica como a do Covid-19.

Para alertarmos para esta situação, teremos uma iniciativa pública, que se estenderá por vários dias e que culminará no dia 16 de setembro com uma marcha lenta de autocarros no Porto, Lisboa e Faro.

No dia 10 de setembro iniciaremos em Faro a Volta a Portugal com um autocarro que percorrerá todos os distritos de Portugal Continental para recolher as matrículas das viaturas em risco, símbolo dos 2000 postos de trabalho em risco e dos milhões de euros de investimentos que onerarão pesadamente os bancos e o erário público se nada for feito.

No dia 16 de setembro teremos a Marcha-Lenta, com 200 viaturas entre Lisboa, Porto e Faro.

Queremos que a população compreenda que pedimos ajuda mas sempre em troca de trabalho, estamos comprometidos no pagamento de todos os apoios que nos forem concedidos. Mas também gostaríamos que os portugueses aceitassem todo o nosso esforço na defesa da sua saúde e segurança na higienização permanente das viaturas, voltando a contratar as suas viagens de grupo com as nossas empresas, dando-lhes o oxigénio que tanto precisam para sobreviver.

A viatura que se encontra a efetuar a “Volta a Portugal em Autocarro” do movimento SOS Autocarros chega a Aveiro segunda-feira às 12:15 e será acompanhado por alguns autocarros de turismo da região de Aveiro.

* João Coelho da Busvouga, Sandra Santos da Oasis Bus, Ana Gonçalves da Arunca Viagens, Gilberto Silva da Ecobus, Amabília Costa da Maby Tours, João Gomes da JPG Transportes, Gonçalo Paiva e Mariana Brandão da Mirantour (em representação das 92 empresas que já manifestaram apoio e confirmaram presença no dia 16 de setembro).

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