O valor pedido pela Segurança Social pela antiga colónia de férias da Torreira, quase 4 milhões de euros, surpreendeu, pela negativa, o presidente da Câmara da Murtosa, temendo que o preço possa afastar investidores que já se interessaram pelo imóvel, uma vez que é o dobro de uma avaliação conhecida há alguns anos.
Joaquim Batista começou por lembrar que “a tentativa de alienação resulta de um conjunto de diligências da própria autarquia” para se dar destino ao edificado e terrenos contíguos, depois de durante vários anos em que não era claro “se o Estado pretendia manter algum tipo de serviço público” nas instalações ou “desconsiderava na estratégia nacional”.
“O nosso propósito era saber o posicionamento da administração central, que optou por colocar à venda. Estamos satisfeitos por se tomar uma decisão. Só não estamos satisfeitos com fixar um preço que veio inflacionar o imóvel, porque tínhamos conhecimento de uma avaliação de alguns anos que levava para valores muito próximos dos 2 milhões de euros, o que seria mais competitivo e atrativo para o mercado”, disse o edil murtoseiro.
“Muito provavelmente este preço afastará do negócio os putativos interessados, que no passado recente nos contataram na expetativa de desenvolver um projeto para aquele espaço. O lamento é este mesmo, termos uma administração central que vê no retorno imediato a solução de futuro, quando poderia por 2 milhões ou 2 milhões e meio de euros ganhar mais receita por impostos e termos um investimento indutor de dinamismo económico na localidade”, afirmou Joaquim Batista.
O aparecimento de um projeto turístico de “valorização” da antiga colónia, pelo potencial do edificado e da sua envolvente verde, próximo do mar e da ria, “é uma enormíssima necessidade” para dinamizar a Torreira, vincou o edil que vê no preço um possível revés.
“Eu particularmente não fiquei satisfeito com esta sobreavaliação, esperava uma avaliação patrimonial mais modesta e atrativa para o mercado funcionar”, insistiu, com base “no trabalho desenvolvido com alguns investidores” que verão agora o modelo de negócio ficar em causa, quando se apontaria para cerca de 10 milhões de euros para terrenos e requalificar o edificado, adaptado-o a atividades hoteleiras e turísticas.
As propostas conhecidas “não é para demolir nada, é requalificar, adaptar e ligeiramente ampliar para uma unidade hoteleria de referência”, explicou Joaquim Batista.
“É o que nós queremos, dar uma nova vida à colónia de férias”, acrescentou o autarca, lembrando que não se trata de uma área urbana, que possui servidões da Reserva Ecológica Nacionalm Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro e Rede Natura 2000.
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