Sexagenária nega tentativa de pegar fogo a pinhal

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Tribunal de Aveiro.

Uma sexagenária residente em Sever do Vouga negou, esta manhã, no Tribunal de Aveiro, a autoria de uma tentativa de incêndio florestal na localidade de Rocas do Vouga, ocorrida na madrugada de 7 agosto do ano passado.

“Não acendi fogo nenhum, é tudo mentira, de alguém que me quer mal”, disse a mulher, viúva, que foi incriminada por populares que a terão surpreendido a cerca de 350 metros da residência onde vive sozinha, alegadamente em flagrante, alertando as autoridades.

A arguida de 60 anos assumiu no início do julgamento que saiu de casa, “já de noite”, mas porque ficou sem água e teve de ir “fazer uma emenda” no cano que “estava a verter”, tendo ateado um fósforo da caixa que trazia “para ver” durante a tarefa.

“Logo que falaram, calquei o fósforo”, relatou ao contar o momento da abordagem de pessoas que se aperceberam de labaredas ao passar na estrada junto ao local.

Um jovem disse no tribunal que viu “um pequeno pequeno foco de incêndio” onde encontrou a mulher. “Ela não tinha noção do que estava a fazer, encontrava-se bastante embriagada. Entrou em contradições. Admitiu primeiro, depois chorou e disse que ia fazer um regadio. Foi tão pouco que só vi porque não havia mais luz. Apagou-se sozinho”, referiu a testemunha.

Questionada pela juíza presidente do coletivo se “bebia em excesso”, a arguida negou. “Era mais sumo”, afirmou.

A acusação do Ministério Público, sem apontar motivação, refere que a mulher, proprietária de terras nas imediações do local onde ocorreu o suposto crime, é instável psicologicamente e era referenciada por consumo de álcool em excesso.

A tentativa de incêndio terá ocorrido ao atear um fósforo, lançando fogo a palha e vegetação rasteira numa zona de pinheiros e eucaliptos. Só não se propagou por a mulher ter sido surpreendida.

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