Depois das Talhadas, há mais uma Junta de Freguesia do concelho de Sever do Vouga a custear consultas fora do SNS para a população local. Couto Esteves prepara-se para abrir este mês um gabinete médico.
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Sérgio Silva, presidente da Junta, explicou na última Assembleia Municipal as razões: a freguesia foi a “última” do concelho “a ficar sem extensão de saúde” e, consequentemente, o médico que atendia localmente.
Em resposta, a Junta empenhou-se nos últimos três meses na criação de um gabinete médico, e da necessária certificação junto da Entidade Reguladora da Saúde, num investimento de seis mil euros. Acertou, também, os termos do acordo com o médico que irá ‘dar’ consultas.
O autarca aproveitou a Assembleia Municipal para lamentar a resposta camarária quando foi pedir “apoio” para o serviço, alegando que seria necessário solicitar “um parecer” à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) para saber como enquadrar legalmente assistência médica.
“No início de janeiro teremos um médico para prestar consulta aos nossos cidadãos, não é uma ilegalidade. Não faltam autarquias a pagar consultas e exames, até dão cheques médicos. Se a Câmara quiser associar-se a nós, muito bem, há muitas formas. Também apoia festas e não pede pareceres”, afirmou Sérgio Silva, eleito como independente.
O autarca reclamou uma posição municipal mais empenhada em defesa dos utentes do concelho que são obrigados a ir “de madrugada” para o centro de saúde na tentativa de conseguir consultas ou receitas devido à manifesta falta de resposta de clínica geral e familiar.
Câmara continua a reclamar USF
Na resposta, o presidente da Câmara lembrou que a falta de médicos é “um problema estrutural” do País, correndo-se “o risco de colocar dinheiro sem o resolver”. Pedro Lobo admitiu, uma vez mais, que o modelo atual, que é o de Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), “está completamente desatualizado”. Também por isso, “os médicos não têm vontade de vir” para Sever do Vouga, uma vez que o salário naquele tipo de unidade é muito inferior ao praticado no modelo de Unidade de Saúde Familiar (USF), que é o que a Câmara defende para o concelho, com objetivos mais exigentes no atendimento. Isso mesmo ficou acordado nas negociações com o Ministério da Saúde para a transferência de competências.
Outra das exigências da Câmara, é a construção de uma extensão de saúde em Talhadas, financiada em 500 mil euros. A freguesia é a única, atualmente, com consultas, que estão a cargo de um médico reformado, no âmbito de protocolo celebrado com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
O presidente informou a Assembleia Municipal que a Câmara irá contactar a recém criada Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Aveiro para verificar a possibilidade de novos acordos como o de Talhadas. Existe, ainda, uma vaga a concurso para receber um novo médico na atual UCSP.
Discurso direto
“A Câmara Municipal não manda nos médicos, nos enfermeiros, nos assistentes técnicos. Se mandasse, garantimos que o nosso Centro de Saúde estava assim. Mas tem pressionado muito todas as entidades para a resolução do problema, que não será rápida. É um problema nacional. Estamos a fazer os possíveis. Sobre os apoios pedidos pelas Juntas para consultas de médicos, se for legal ótimo, se for ilegal procuramos alternativa” – Pedro Lobo, presidente da Câmara.
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