A Assembleia Municipal de Sever do Vouga aprovou na sua última reunião, apenas com uma abstenção, uma proposta do PSD subscrita pelo CDS que recomenda à Câmara dar conhecimento do relatório final da auditoria externa à gestão do último mandato autárquico às entidades competentes, entre as quais o Ministério Público, Tribunal de Contas e Inspeção Geral das Finanças (IGF) “para os fins tidos por convenientes”.
Ao intervir perante os deputados municipais, o presidente da Câmara referiu que a auditoria encomendada após tomar posse no cargo “espelha e evidência o modo grosseiro da gestão dos bens e valores públicos sem rigor e salvaguarda dos interesse públicos” do anterior elenco de maioria PS, apontando, também, “conflitos de interesses” que, vincou Pedro Amadeu Lobo (PSD), “não deveriam ter sido ignorados pelo anterior presidente” da autarquia.
A auditoria a “processos e procedimentos” detetou “faltas de cumprimento e irregularidades” em seis áreas chave (contratos de compras, empreitadas, subsídios, ordenamento do território, venda de património e aprovisionamento) e incluiu, também, um conjunto de “sugestões de melhoria” para “a mudança e modernização administrativa”.
O edil disse que impediu uma “estratégia” para ser apontado ele próprio como “culpado” dentro de algum tempo e garantiu não se deixar intimidar por “ameaças e bruxarias” de que alegadamente tem sido alvo (ver mais declarações abaixo).
Discurso direto
“Após a leitura atenta da auditoria aos procedimentos, constatamos na generalidade que os reparos têm como base erros processuais resultantes de regulamentos e da sua colocação em prática pelos colaboradores dos serviços visados. Errar é humano, só não comete erros que não faz nada. Não constatamos a existência de qualquer erro intencional ou com dolo, aproveitamento ou peculato. O grupo do PS concorda com as sugestões de melhoria propostas e as mesmas a a serem implementadas poderão trazer melhorias. Chamamos a atenção, no entanto, para o aumento de burocracia e aumento de meios humanos, se todas as propostas foram postas em prática, pelo que se deve ponderar o custo benefício de cada uma. Concordamos com a proposta, não há qualquer problema de enviar o relatório às entidades” – João Oliveira, porta-voz do PS na AM.
Gravação da Assembleia Municipal extraordinária
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