A Direção do Sindicato de Hotelaria do Centro, vem por este meio, em representação dos trabalhadores(as) sindicalizados, que prestam serviços em meio hospitalar, concessionados à SUCH, ITAU, EUREST, UNISELF e no Sector Social manifestar o descontentamento pelo sentido de tratamento desigual e discriminatório, de que têm sido alvo até este momento.
Por António Baião *
Após verificarmos que grande parte dos trabalhadores(as) de todas as categorias profissionais do SNS, em algumas unidades também os de empresas concessionárias do serviço de limpeza, já foram contemplados com a toma da vacina contra a COVID 19, enquanto que a esmagadora maioria dos trabalhadores dos serviços de alimentação, rouparia e recolha e tratamento de resíduos concessionados às empresas exteriores, assim como muitos ainda do Sector Social , apesar das listas elaboradas, continuam sem ser vacinados.
Solicitámos ás empresas e instituições e ao Ministério da Saúde, que nos facultem informação acerca desta decisão, e indicação sobre qual o calendário previsto para que a vacinação seja ministrada também a todos estes trabalhadores(as), até ao momento prevalece o silencio.
Assistimos também ontem, de forma incrédula, á comunicação da Senhora Ministra da Saúde na Assembleia da República, de que os trabalhadores(as) das escolas e da construção civil irão ter nesta nova fase atenção especial em matéria de testes e despistagem à Covid-19, estranhamente não se compreende que a mesma decisão não seja tomada para com os trabalhadores(as) das empresas concessionárias de serviços hospitalares como é o caso da SUCH, ITAU, EUREST, UNISELF e os do Sector Social que defendemos desde Março, deveriam ter o mesmo tratamento que os restantes profissionais de saúde, porque estão expostos ao mesmo risco de contágio, sem que em muitos casos nos tenham ouvido.
Denunciámos ao longo destes meses, situações em que trabalhadores com contactos de elevado risco de contágio, continuaram a trabalhar em meio hospitalar e nas instituições, com ligeiros sintomas que depois se souberam ser positivos à Covid-19, tendo estes apenas sido testados porque persistiram em ligar para a saúde 24, enquanto as indicações emanadas de responsáveis de medicina no trabalho e da saúde ocupacional, com indicações superiores, não os indicavam para realizar os testes.
A Direção do Sindicato exige que as restantes empresas com serviços concessionados de alimentação, rouparia, recolha e tratamento de resíduos hospitalares e as IPSS, assumam a sua responsabilidade social para com os seus trabalhadores(as), exigindo a obrigatoriedade de realização de testes a todos os seus trabalhadores em meio hospitalar e em apoio social a idosos, assim como a rápida vacinação da maioria dos trabalhadores(as) destas empresas que diariamente mantém contactos, diretos e ou indiretos, de risco com doentes infetados com COVID-19.
Em representação de todos estes trabalhadores a nível Nacional, vai ser enviada pela FESAHT ( Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal), ao Conselho de Administração das empresas referidas e à CNIS, com conhecimento à Senhora Ministra da Saúde uma carta aberta onde é retratada esta revolta dos trabalhadores (as) que representamos pela situação que consideramos discriminatória e com consequenciais infelizmente bem visíveis no número de trabalhadores (as) já afetados pela pandemia e pelo prosseguimento negligente de práticas e procedimentos errados que os continuam a agravar.
* Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro.