Em S. Jacinto, escutam-se os derradeiros apelos ao voto nas eleições intercalares agendadas para o próximo domingo.
Dois dos quatro cabeças-de-lista repetem a candidatura de 2021: Arlindo Tavares (Aliança com Aveiro) e António Nabais (CDU). Ferreira Leite (PS) e Ricardo Lemos (Chega) são estreantes.
Os cidadãos recenseados são chamados a eleger os novos orgãos autárquicos após a renuncia de eleitos do PS e do PSD, o que culminou uma série de casos que deixaram a gestão da Junta bloqueada.
A poucas semanas das eleições de 2021, a Câmara suspendeu a transferência de verbas da delegação de competências como forma de evitar penhoras devido a dívidas da Junta, a Aliança com Aveiro tem apontado para cerca de 350 mil euros.
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O PS resistiu, vencendo as eleições autárquicas para a Junta, mas sem maioria. A Aliança com Aveiro acabaria por dar ‘uma mão’, permitindo um acordo de governação condicionado que veio ‘a cair por terra’.
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A rescisão unilateral do protocolo de exploração do parque de campismo municipal, que também acumulava dívidas, retirando-o da alçada da Junta, foi a gota de água’ que fez transbordar o copo, precipitando a renúncia de eleitos.
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Situação financeira condiciona futuro da Junta
As eleições intercalares servem para tentar normalizar o funcionamento institucional da Junta. Depois, o futuro executivo terá na resolução dos problemas financeiros (decorrentes das dívidas), certamente, uma das prioridades de ação, assim como recuperar as verbas camarárias das delegações de competências para retomar a atividade normal, por exemplo acudir a obras e outras necessidades locais. A falta de aprovação das contas (em atraso desde o exercício de 2020) espelha bem outras dificuldades internas que a Junta tem vivido.
A CDU procura a reeleição de António Nabais, seu único eleito, para “marcar diferença” na defesa da população numa altura em que “é preciso dar um futuro de esperança a São Jacinto”.
Num último comunicado divulgado esta sexta-feira, a Aliança com Aveiro apela ao voto em Arlindo Tavares, garantindo que “está apostada” em dar a S. Jacinto condições para “pagamento das dívidas, contas certas e boa gestão financeira” com uma “equipa de trabalho entre a Junta de Freguesia de São Jacinto e a Câmara” comprometida por “um elevado nível de confiança e solidariedade”.
Ferreira Leite, cabeça-de-lista do PS, quer ‘colocar ordem na casa’. “Não é só a necessária auditoria às contas e à atividade da Junta. Também é preciso apurar de que forma funcionou a Assembleia de Freguesia, em que termos exerceu a representação da população e a consequente fiscalização da atividade da Junta” afirmou. A ser eleito, conta com o apoio camarário. “Alguns dizem, de forma direta ou mais ou menos subtil, que a Câmara só o fará se na Junta estiver a mesma formação política. Não acredito”, garantiu.
Intervenção de Ferreira Leite, cabeça-de-lista do PS em S. Jacinto.
Já o Chega, que procura conquistar o primeiro eleito na Junta com a candidatura de Ricardo Lemos, afirmou-se, esta sexta-feira, como a “única” alternativa nas eleições, porque “todos os outros são repetentes na triste governação que foi a Junta de Freguesia de São Jacinto nas últimas décadas”. Assim, “não se pode esperar resultados diferentes com os partidos do costume, com estratégias desastrosas, danosas e desajustadas”. O Chega não compreende como S. Jacinto, “que reúne condições únicas para ser uma freguesia de referência”, chega a este estado, ao ser “deixada para trás, para o esquecimento”.
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