S. Jacinto: Junta diz que já não foi a tempo de travar arresto de bens

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Tomada de posse dos orgãos autárquicos de São Jacinto (Foto partilhada por Manuel Prior).

52 dias após a tomada de posse, o novo executivo da Junta de Freguesia de São Jacinto (PSD-CDS-PPM) saído das eleições intercalares, lamenta, em comunicado, ter sido “confrontado com a execução de um auto de penhora assinado em 30 de novembro de 2022 pelo anterior presidente, António Aguiar (PS).

“Pese embora o esforço e todas as diligencias tomadas” pelo atual executivo e pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro “durante o ainda muito curto mandato, que pouco mais serviu do que para apurar uma dívida que ascende a 715.000 euros”, a atual líderança da Junta lamenta que se tenha concretizado “a execução de penhora com a remoção  de material de escritório e equipamentos do edifício sede da Junta.”

A presidência da Junta conseguiu apenas algumas “diligências” que permitiram “um adiamento de quase dois meses na execução da penhora em causa” que acabou por ser realizada no início desta semana.

“Tratou-se da operação de cobrança de 19.000 euros de uma dívida total de 26.000 euros da Junta de Freguesia de São Jacinto a uma empresa multinacional”, esclarece o presidente Arlindo Tavares na nota de imprensa.

A penhora refere-se a uma dívida “de responsabilidade do anterior presidente e executivo socialista da Junta de Freguesia de São Jacinto, que tal como muitas outras”.

“Condições mínimas de atendimento à população”

“Temos trabalhado afincadamente, no sentido de responder com seriedade aos nossos compromissos. Contactámos com todos os credores, fornecedores e prestadores de serviços, solicitámos compreensão perante a grave situação financeira da Junta e pedimos algum tempo para se apresentarem e acordarem novos, sérios e credíveis acordos de pagamento das dívidas”, adianta Arlindo tavares.

A Junta informa, ainda, que contou “com o bom senso dos representantes legais da empresa credora em causa, que permitiram, perante a negociação de mais algum tempo, deixar as condições mínimas de atendimento à população.”

“A situação da Junta de Freguesia de São Jacinto é muito grave, muito pior do que esperávamos, e tem sido de uma gestão muito complexa e desgastante”, alerta a maioria PSD-CDS-PPM, lembrando que “uma gestão tão desastrosa de vários anos não se resolve em 52 dias.

Para ultrapassar as dificuldades, a Junta diz que está “a contar com a colaboração da nossa Câmara Municipal de Aveiro para que muito em breve possamos dar uma resposta positiva à Freguesia e à População de São Jacinto, com a apresentação e a formalização da solução de recuperação financeira da sua Junta de Freguesia”.

Discurso direto

“Temos até à data recebido respostas solidárias e positivas. Infelizmente não conseguimos travar o levantamento dos bens efetuado no passado dia 23 de janeiro, uma vez que o anterior Presidente da Junta, António Aguiar, já havia sido notificado para o efeito (…).  Foi com dor na alma que vivenciamos o que entendemos ser um ato legítimo, mas que representar a perda de património da nossa Freguesia, das nossas Gentes, da nossa Historia, estando nós a poucos dias de celebrar mais um aniversário desta Freguesia no próximo dia 16 de Fevereiro” – Arlindo Tavares.

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