O presidente da Câmara de Aveiro promete lançar dois livros para retratar o desempenho financeiro e de investimentos da gestão municipal da atual maioria, que está a cumprir o segundo mandato.
Ribau Esteves falava na Assembleia Municipal, que esteve reunida sexta-feira à noite para analisar e votar o relatório e contas de 2018.
O anúncio surgiu depois do PS insistir nas críticas às opções tomadas pela coligação PSD-CDS na gestão camarária, questionando mesmo a justificação de certas prioridades.
“Começa a ser dramático perceber a estratégia das várias peças”, denunciou o vogal socialista Fernando Nogueira.
O PS tem defendido que a liquidez “excedente” gerada pela atividade municipal, na ordem dos 50 milhões de euros, deveria servir para antecipar, mais rapidamente, o reequilíbrio financeiro.
Ribau Esteves retomou as explicações que tem dado, garantindo que está traçada uma “estratégia” com “metas claríssimas”, que passam, se continuar “a conjugação de factores positivos”, por antecipar de 2021 para 2020 o rácio entre dívida e receitas (1.5), condição para deixar as exigências do Programa de Ajustamento Municipal (PAM), que obriga, entre outras, a taxas no máximo.
“A novidade” nesta fase “é que já não há despistes nos pagamentos”, referiu, acusando os socialistas de serem “especialistas em fazer despesa que depois alguém há-de pagar”.
Como mérito da atual Câmara, apontou também a redução das “despesas maiores”, como pessoal e transportes, em 8 milhões de euros por ano, o que “teve também um contributo importantíssimo”. A folga de tesouraria tem destino: “eventos, cultura, desporto e obras, é para aí que vamos”.
A “estratégia global” da coligação ficou definida nos programas eleitorais sufragados pelos cidadãos, que “escolheram o que estava claro”.
“Já não estamos a discutir estratégia, mas a executar. Quando estávamos na discussão da estratégia, o PS estava tão concentrado na sua proposta que não percebeu, por duas vezes, que os cidadãos escolheram outra. O PS parece que acordou e quer que lhes expliquemos, ficou a olhar só para si. Perdeu a noção do que se passa neste mundo”, acusou Ribau Esteves.
Ainda assim, o edil quer tornar ainda mais claro as opções e clarificar o rumo dado ao município. “Vamos publicar dois livros para que não hajam dúvidas nestas coisas: um sobre a operação de planeamento ancorada na revisão do Plano Diretor Municipal, com a carta educativa, plano de mobilidade, desenvolvimento social e plano da cultura, etc.; e outro sobre a estratégia de recuperação e relançamento da Câmara. É para que toda a gente saiba a estratégia e que fique na história a resposta à pergunta ‘qual a estratégia ?’”, adiantou.
Ribau Esteves reafirmou que a revisão do PAM “permitiu maximizar o investimento e planear o pagamento da dívida” camarária. “Somos o mais atrasado do país em várias estruturas, por isso o FAM nos autorizou a ter uma dimensão extraordinária de investimento em 2020 e 2021”, justificou.
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