O presidente reeleito da Câmara de Aveiro tomou posse, esta terça-feira, com a esperança de levar por diante o novo ciclo 2021-2025 “livre da pandemia” para alcançar “um grande crescimento e desenvolvimento” baseado no “programa de governação” sufragado a 26 de setembro, com “ajustamentos que a dinâmica da vida e da economia determinarem”.
Ribau Esteves, que inicia o terceiro e último mandato, anunciou a delegação de competências em cinco vereadores a tempo inteiro, uma equipa “experiente, jovem, competente e disponível”. Aos três eleitos do PS, reiterou “toda a disponibilidade para o debate e dialética política geradora de boas decisões no respeito pelas diferenças”. Quanto à Assembleia Municipal, garantiu “uma relação de trabalho de equipa competente e transparente na luta pelas melhores decisões”.
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Governo chamado a tomar decisões, uma delas com urgência
O edil que liderou a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (AcA) reservou no seu discurso de tomada de posse “uma palavra especial para o Governo de Portugal”, lembrando que “são demais os dossiês pendentes sem decisões”, considerando “absolutamente urgente” que nos próximos meses haja “dialogo e respostas com decisões para dar vida a objetivos definidos”.
São os casos da entrega da antiga lota e da frente Ria de S. Jacinto, assim como de edifícios estatais “ao abandono”, como o antigo Colégio Alberto Souto ou o antigo centro de saúde mental de S. Bernardo. Mas, também, a reabilitação da Escola Básica 2,3 de S. Bernardo e do Conservatório ou da “nova” secundária Homem Cristo. Foram lembradas, ainda, as “muitas áreas da descentralização sem qualquer desenvolvimento”, a necessidade de “terminar com as instalações precária dos tribunais” na cidade e a requalificação dos bairros do Caião e Griné.
“Muito urgente” é, contudo, “garantir o financiamento do projeto e da obra de ampliação e qualificação do hospital com o Centro Académico Clínico para a administração hospitalar contratar projetista”. Neste momento, trata-de “da principal prioridade de investimento público no município e na região” que levou a Câmara a declarar apoio ao curso de medicina na universidade local.
“Aveiro também é Portugal e há muitos assuntos a tratar pelo Governo bem e rapidamente em prol do desenvolvimento e da qualidade, que não precisam do dinheiro da bazuca”, sublinhou Ribau Esteves
Outras prioridades do mandato
» Concluir a qualificação do parque escolar com um plano de ação educativa com projetos inovadores;
» Apoiar fortemente as IPSS nos investimentos em equipamentos e no apoio social, bem como das novas competências a assumir no próximo ano;
» Estruturar as principais áreas de acolhimento empresarial para atrair novos investimentos;
» Ações de investimento público e privado na educação, com “forte aumento de oferta”;
» Investimentos de qualificação ambiental, na energia, nos resíduos, na arvorização e nas alterações climáticas,
» Investimento maior no Aveiro Tech City;
» Ampliar o parque de feiras com pavilhão multiusos integrado no eixo viário Aveiro – Águeda;
» Ganhar a Capital Europeia de Cultura de 2027;
» Continuidade do trabalho em maior intensidade com empresas, associações, Juntas, CIRA, Turismo Centro, etc.
Vitória expressiva dá respostas ao PSD de Aveiro, aos independentes, a um diretor escolar e a quem caluniou
Ribau Esteves reafirmou que a “expressiva vitória” da AcA “assume respostas claras e muito importantes que têm de ter consequências a outros níveis da vida e democracia do município”.
Desde logo “ao pequeno grupo que gere o PSD de Aveiro”, nomeando todos os seus dirigentes principais, que acusou de “guerrilha politiqueira sem regras e honra ferindo gravemente a ética e lei, levando para os tribunais o que respeita a política”, assim como de instrumentalizar o movimento ‘Sentir Aradas’ “para levar à única eleição disputada o fel destilado” nos sete processos judiciais, nas decisões tomadas pela distrital e nacional do PSD e na “solidariedade” do CDS e PPM. Uma “expressiva derrota política em que os cidadãos lhes disseram basta, um basta que devem ouvir de uma vez por todas para seguirem para outros caminhos e para podermos dar a Aveiro uma concelhia do PSD honrada, trabalhadora, um parceiro bom e saudável do processo político”.
A vitória eleitoral da AcA é, em segundo lugar, uma resposta “aos cidadãos que se arvoraram em independentes e representantes dos cidadãos sem irem a votos, que instrumentalizam discordâncias normais sobre projetos para se promoverem e na primeira oportunidade apresentam candidaturas por partidos que aproveitam independentes que afinal não eram”. Ribau Esteves apontou David Iguaz (cabeça-de-lista à freguesia da Glória e Vera Cruz candidato pelo PS) e o movimento Juntos pelo Rossio como “exemplo mais expressivo do que não interessa a Aveiro nem à democracia”.
Em terceiro, renovou as críticas a Élio Maia, “que nunca soube exercer o cargo de presidente de Câmara e muito menos o de ex presidente”, arvorando-se como “alterador da história como mandatário de uma lista falsamente independente com expresso patrocínio do PS”, sem cuidar “sequer do seu bom trabalho como ex autarca para lutar contra o seu ex braço direito”, entretanto reeleito presidente da Junta.
A quarta resposta foi para “cidadãos que não sabem cuidar com as suas funções públicas com as suas prestações políticas”, apontando o dedo ao diretor de agrupamento de escolas Fernando Delgado, que “adulterando bons princípios das funções escolares usou as redes sociais, o púlpito do movimento ‘Amar Aveiro’ e o PS para ataques com baixeza e mentira”.
Por último, o edil disse que a vitória foi “a recusa muito expressiva da mentira e da calúnia na vida política”, adiantando que “nunca tinha testemunhado uma situação tão grave e negativa para a democracia”.
Discurso direto
“Quero saudar os novos eleitos para os orgãos autárquicos, seja oposição, seja governo. É uma grande responsabilidade, impondo-se exercer o mandato com sentido de servir Aveiro e Portugal, de atuarmos com honestidade e respeito por todos e fiéis ao mandato de quem nos elegeu.
Uma palavra para Ribau Esteves. As eleições mostraram de forma clara que o povo é quem mais ordena, como dizia a canção. Aprovou genericamente opções que foi tomando e em particular aquelas que foram objeto de maior discussão pública. O povo apreciou a sua forma de dirigir o município, com determinação, competência e entrega que todos reconhecem. Um interlocutor objetivo, não aquele político que dá palmadinhas nas costas e finge dizer sim a tudo e nada resolve. É desses políticos que o povo está farto. Capaz de ouvir todos, do morador do bairro social ao empresário, resolveu onde era possível e justo.
O novo ciclo será dominado pela última grande oportunidade dos fundos europeus de grande envergadura, a Capital Europeia da Cultura, a reconversão da antiga lota, o novo centro hospitalar, o desafio para levar a patamar mais elevado de desenvolvimento e qualidade de vida. É necessário experiência e conhecimento, mas também abertura para pensamento fora da caixa. Aveiro conta com todos” – Luís Souto, presidente reeleito da Assembleia Municipal.
Ver gravação vídeo da tomada de posse em https://fb.watch/8CvWeEKEGM/
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