Ribau Esteves diz-se tranquilo com “certas tipologias de diatribe” do PSD local

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Assembleia Municipal de Aveiro.

O presidente da Câmara de Aveiro aproveitou uma ‘provocação’ do PS na Assembleia Municipal realizada esta sexta-feira sobre o ‘braço de ferro’ que está acontecer no PSD em torno da formação das listas tendo em vista as próximas eleições autárquicas para criticar a concelhia e assumir-se como “o líder da coligação”.

O assunto foi colocado pelo socialista Pedro Pires da Rosa, a pretexto de uma intervenção do vogal Filipe Thomaz (PSD), acusando a oposição de “desonestidade intelectual”, por “desvalorizar” a gestão financeira “notável” da maioria, ao alcançar nas contas de 2020, que estavam em análise, o equilíbrio financeiro, expresso no rácio de 1.4 da dívida sobre a receita (inferior ao mínimo, que é 1.5).

Num interpelação, Pedro Pires da Rosa confrontou o social democrata com uma questão: “Resultou claro que tinha sido uma atuação brilhante por parte do presidente, do executivo e até da maioria; a pergunta que faço é por que é que no relato por fora, os próprios partidos que tutelam a maioria e o presidente revelam um comunicado em que trocam todo o executivo que suporta e toda a maioria, em que medida isso faz algum sentido de confiança no trabalho que foi feito ?”.

Na resposta, Filipe Thomaz acusou novamente o PS, agora por “procura sistemática de desviar atenções para coisas supérfluas, que não têm interesse cidade e para os aveirenses, com casos e episódios que não acrescentam nada”.

O presidente da Câmara haveria de pegar na deixa mais adiante. “Quero acalmar todos, nós estamos a governar o município com grande dedicação. Estas bocas permanentes que a esquerda e a extrema esquerda se divertem a dar é bem nota da instabilidade psico-política, é a vida”, começou por dizer.

Mas acabaria por abordar as divergências com o PSD que levaram esta sexta-feira o presidente da distrital do partido, Salvador Malheiro, a anunciar que irá pedir, no início da próxima semana, a avocação do processo eleitoral autárquico, retirando-o, assim, da alçada da concelhia. O que, a acontecer, deverá permitir a Ribau Esteves ter liberdade na formação das listas.

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“Aquilo que é importante é dizer que estamos muito determinados em governar até ao final do nossa mandato. Os que de nós forem disputar a eleição próxima, que o façam de forma tranquila, determinada e séria”, referiu o edil aproveitando, certamente, a transmissão online dos trabalhos para, pela primeira vez, falar da polémica.

A ‘picada’ do socialista foi usada como mote para ‘atacar’ as investidas da concelhia liderada por Vitor Martins. “O Pedro Pires da Rosa está muito perturbado com umas coisas que se andam por aí a dizer, é um problema que tem de resolver ele próprio. Eu, como presidente da Câmara e líder desta coligação ‘Aliança com Aveiro’, tenho sobre a matéria a maior tranquilidade, até porque já tenho alguma experiência em certas tipologias de diatribe”, afirmou lembrando anteriores divergências também por razões eleitorais.

“Admito que o Pedro Pires da Rosa não tenha, portanto, excita-se com facilidade, até se entusiasmou a vir fazer uma intervenção em jeito de pergunta para procurar dar importância ao que não é importante e criar nevoeiro no que é muito importante”, acrescentou.

Dirigindo-se mais para o lado do PSD local, o autarca lamentou que “cada vez mais na política quem dá cabo da política são aqueles que só pensam nos cidadãos quando há eleições, aqueles que usam tudo e mais alguma coisa para serem vereadores, ‘eu quero ser vereador !’, até impondo pessoas ao líder, porque alguém não gosta deles querem por na rua na praça pública o presidente de Junta”. Um comentário à proposta de listas aprovadas pela concelhia e ao anúncio de não recandidatar autarcas de freguesia do partido.

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Para Ribau Esteves “é bom ter consciência que os nossos cidadãos estão fartos de politiquice”, entendendo que “o que os afasta da política é a politiquice”.

Por isso, considerou “muito importante ter a consciência tranquila que a política só vale a pena feita com seriedade, em função de objetivos de serviço público às pessoas”. Quanto às eleições, não vê que seja já a altura de avanços. “Lá iremos, quem quiser ir, cumprindo as regras, tranquilamente para disputar um momento importantíssimo da democracia, mas que não é nem o início nem o fim dela própria”, comprometendo-se para já “a continuar a dar o máximo, no percurso de fortelecimento financeiro, aumento de investimento em todas as áreas e a combater a Covid”.

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