A alienação da participação maioritária da empresa Parque Desportivo de Aveiro (PDA) evitou mais problemas financeiros à Câmara local.
Segundo o presidente da autarquia, a entrega da maioria do capital ao grupo Visabeira permitiu obter capacidade de investimento, sem necessidade de aumentar a dívida municipal.
O executivo de então reduziu em 2008 a sua parte na sociedade de 51% para 45,4 % através do aumento de capital de 500 mil euros para 3,5 milhões de euros. O sócio privado assumiu 54,6% com a entrada de 1,6 milhões de euros em numerário, enquanto a Câmara entregou valores em espécie, designadamente terrenos já acordados aquando da alienação de capital.
“Uma coisa que achei negativa, quando foi feita, mas hoje agradeço ao dr. Élio Maia ter tirado a PDA do universo municipal, caso contrário hoje tínhamos mais 15 milhões de euros de dívida na nossa conta e era um problema sério”, disse.
A empresa criada antes da construção do estádio municipal para o Euro 2004, na gestão de Alberto Souto (PS), correria riscos de não ter condições de prosseguir, nomeadamente atendendo à necessidade de adquirir terrenos. “Não havia PDA, porque não tinha sido possível ir buscar os 15 milhões de euros à banca. O nosso acionista maioritário foi e se nós fosssemos maioritários não era possível”, explicou.
Ribau Esteves falava na Assembleia Municipal (AM) em resposta ao deputado do PS Pedro Pires da Rosa que assinalara a passagem do 11º aniversário da criação da empresa, questionando o futuro da parceria.
“A PDA está hoje em debate interno intenso para retomar investimentos; dou um passo atrás, para iniciar investimento, temos questões nas contas por regularizar, tivemos um impacto negativo nas nossas contas por força das contas negativas da PDA em 2017, que nunca tinha acontecido e, não vai voltar a acontecer. Em 2018 estamos a retomar no quadro que recebemos, que é a Câmara com 46 por cento e a Visabeira 54,7 por cento”, referiu o edil sem mais pormenores quando a projetos concretos.
Em 2007, aquando da apresentação do plano de urbanização da PDA, estimava-se um investimento em três anos de 37 milhões de euros.
A construção de um campo de golfe era prioritária mas não saiu do papel após várias etapas, nomeadamente de projeto e licenciamento ambiental. O projecto incluia também um centro hípico, um hotel, ente outros equipamentos. No entanto, a prioridade deverá ser dada a projetos imobiliários. Nas contas do grupo Visabeira de 2017, surgia referido um investimento na PDA “ainda em curso” de 20 milhões de euros.