O presidente da Câmara de Aveiro fez questão de deixar na última reunião de Câmara notas públicas de desagrado com o desempenho dos vereadores do PS Rui Soares Carneiro e Fernando Nogueira. No primeiro caso, por alegadamente exorbitar suas competências e, também, por elogiar obras, mas votar contra o plano de atividades. Quanto ao segundo eleito socialista, acusou-o de “má educação e mentiras” ao escrever comentários alusivos à obra do adro e monumento da muralha, recentemente inaugurada.
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Ao intervir no período antes da ordem do dia, Ribau Esteves lembrou que “quem representa” a Câmara “é o presidente ou quem o presidente investe nessa autoridade”, embora nunca, “por uma questão de princípio”, o faça em eleitos da oposição.
Rui Soares Carneiro foi visado “porque”, acusou o edil, “reincidiu em várias situações”, considerando que desrespeitou o protocolo. Deu exemplos de atos, como “ocupar lugares de honra” ou “discursar” quando “os vereadores da oposição não representam a Câmara em situação alguma, representam-se a si próprios”. “Isto não é novo, apenas como nos últimos tempos tem abusado entendi dar esta nota com meridiana clareza”, justificou Ribau Esteves, queixando-se, ainda, de “falta de seriedade” do eleito socialista por “vangloriar-se” das obras da Câmara no seu Facebook, “a receber parabéns e likes quanto aqui vota contra o plano e orçamento” anual. “As pessoas têm de ser sérias políticas”, exigiu o autarca da maioria PSD-CDS.
O vereador do PS esclareceu que no ato público em causa, ocorrido numa coletividade em Cacia, não esteve, nem falou em representação da Câmara, tendo acedido a dar uma palavra após insistência. Sobre os supostos elogios a obras camarárias, ironizou: “Ái de quem me der felicitações de obras do Rossio, da Avenida ou o adro da Sé !”.
Resumo de debate entre Rui Soares Carneiro (PS) e o presidente da Câmara
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Na segunda nota, dirigida ao vereador Fernando Nogueira, o presidente disse que “insulto na política e má educação é dispensável”. Um reparo crítico motivado por uma tomada de posição do eleito sobre a obra no adro da Sé e monumento evocativo da antiga muralha. “Pode discordar, não gostar de mim ou do arquiteto Siza Vieira, daí a chamar parolo ou falar de falta de decoro, porque fizemos uma obra de que não se gosta…” , afirmou Ribau Esteves. “Não gostar é democrático, mas não é preciso recorrer ao insulto. Sei que está muito inspirado num socialista que anda em campanha para voltar a Câmara. Então esse usa linguagem ainda pior, mais mal educada. Mas não é preciso isso para discordar de mim ou do arquiteto Siza”, acrescentou, acusando ainda Fernando Nogueira de escrever uma “mentira”, ao dizer que a obra do arquiteto custou um milhão, quando o valor foi de 240 mil euros.
Discurso direto
“Em relação à boa ou má educação, chego a ficar preocupado consigo, senhor presidente. Eu próprio questionei várias vezes quais nesta nossa convivência quais os limites da boa ou má educação aqui. Deixou a nota: ainda há esperança, porque foram muitas e muitas vezes em que fiquei preocupado. Em rigor, o monumento não custou um milhão, mas a ideia que desencadeia a obra é essa e que não estaríamos a incorrer nesta despesa se tal ideia não tivesse surgido, por isso não foi uma tentativa de mentira” – Fernando Nogueira.
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