Ria de Aveiro:; As marinas dos clubes e associações náuticas no plano de desassoreamento

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Ria de Aveiro.

O MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro solicitou a intervenção direta dos Presidentes de Câmara dos chamados municípios da Ria no sentido de ser encontrada uma solução que contemple as marinas dos clubes e associações náuticas no atual plano de desassoreamento em curso.

Numa carta dirigida aos autarcas de Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Ovar e Vagos e ainda aos presidentes da Polis e da CIRA, o Movimento de Amigos da Ria de Aveiro reivindica a integração das infraestruturas dos clubes e associações náuticas nos planos de desassoreamento em curso na Ria de Aveiro.

O MARIA lembra que o anúncio recente da inclusão de 22 cais da pesca no plano de desassoreamento da Ria, conjugado com a ação em curso nos principais canais, “constitui uma oportunidade única para se resolver um problema que subsiste há décadas e que a todos tem vindo a afetar por igual”.

Segundo o Movimento, a exclusão dos clubes e associações náuticas do plano de desassoreamento “não pode deixar de ser vista como um erro, considerando que as dinâmicas de sedimentação e limpeza da Ria não podem e não devem ser consideradas parcelarmente, dividindo o território entre os diferentes utilizadores e beneficiários”.

“Os clubes náuticos – prossegue o documento – ocupam, por concessão ou aluguer, parcelas do domínio publico marítimo, pelas quais pagam tacas e impostos, mas não têm sequer competências para intervir autonomamente no território e não podem ser responsabilizados agora por algo que acontece há décadas por ausência de intervenção do próprio Estado”.

Para os Amigos da Ria, “abandonar os clubes e associações náuticas e excluí-los desta ação concertada de desassoreamento em curso na Ria de Aveiro pode, em alguns casos, abreviar o seu desaparecimento e é revelador de uma certa forma de desprezo pela sua ação e atividade junto das comunidades”.

O MARIA lembra ainda que os clubes “cumprem um papel inestimável junto das comunidades onde estão inseridos, nomeadamente, através do fomento do desporto náutico, ensino e formação nas artes de marear e ainda na ocupação de tempos livres”.

Depois de recordar que as associações náuticas são “recorrentemente parceiros dos municípios em numerosas ações” de “promoção do território e fomento do desporto escolar”, o Movimento sublinha que são os atletas e desportistas da Ria de Aveiro que anualmente “levam longe e por todo o mundo o nome e os pergaminhos da região, participando em provas e campeonatos europeus e mundiais”.

“Deixar aos clubes e associações náuticas a responsabilidade e a tarefa de desassorearem as pequenas parcelas da Ria onde estão montadas à superfície as suas infraestruturas significa individualizar um problema que é fundamentalmente da responsabilidade de quem tutela a Ria de Aveiro e representa o abandono à sua sorte de um conjunto de entidades com capacidade de gerar dinamismo, riqueza e emprego na região”, conclui.

Associação Movimento de Amigos da Ria de Aveiro

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