Requalificar e formar ao longo da vida

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Universidade de Aveiro.

Para requalificação, um percurso académico de dois ou mais anos pode não se adaptar aos interesses do profissional ou do empregador. E a diversidade de necessidades de requalificação torna difícil criar cursos apropriados, caso a caso.

Por Paulo Jorge Ferreira *

O Mundo muda a uma velocidade sem precedentes e a tecnologia chega a mais pessoas mais depressa. O telefone atingiu cem milhões de utilizadores em 75 anos e o telemóvel em apenas 16 anos. Duas das mais populares redes sociais conquistaram cem milhões de utilizadores em menos de cinco anos. Em 2016, um jogo alcançou 50 milhões de instalações em 19 dias.

O mercado de trabalho está a mudar também. Há profissões que não existiam até há poucos anos e é difícil prever quantas manterão a sua relevância daqui a décadas. Prevenir o desemprego implica manter alinhadas as competências dos trabalhadores e as necessidades do mercado de trabalho.

O Ensino Superior continuará a atrair jovens estudantes procurando licenciaturas e mestrados, mas também um número crescente de profissionais em busca de requalificação. Em geral, estes terão idades superiores aos primeiros e apresentarão percursos, expectativas e objetivos de formação diferentes, que podem não ser compatíveis com os diplomas e graus tradicionais.

Para requalificação, um percurso académico de dois ou mais anos pode não se adaptar aos interesses do profissional ou do empregador. E a diversidade de necessidades de requalificação torna difícil criar cursos apropriados, caso a caso.

A Universidade de Aveiro tem soluções para estes problemas. Apresentou-as no seio da Universidade europeia ECIU, há cerca de três anos. Reforçou-as recentemente, com a aprovação da sua candidatura aos Programas Impulso, um dos quais prevê multiplicar por cinco o número de adultos em formação ao longo da vida até 2030.

Os programas permitirão diversificar a oferta formativa conferente e não conferente de grau, adequando-a às necessidades da região. A proposta envolve a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, a Inova-Ria, a Associação Industrial do Distrito de Aveiro e um conjunto de 230 empresas.

Com oferta formativa adequada e mecanismos de credenciação flexíveis é possível atrair novos públicos, reduzir a exposição à crise demográfica e evitar a obsolescência formativa e o desemprego.

Vale a pena pensar nisso.

* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado no site UA.pt.

Reitor da Universidade de Aveiro

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