Regras para ser bem-sucedido na gestão das suas poupanças

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Indicadores (imagem gráfica).

É importante não se acomodar e gerir as poupanças de uma forma ativa, para minimizar o impacto da inflação e aproveitar a subida das taxas. Conselhos apresentados a pretexto do Dia Mundial da Poupança, que se assinala a 31 de outubro.

Por António Ribeiro *

Siga estas 10 regras para ser bem-sucedido na gestão das suas poupanças.

1. Antes de começar a poupar, elimine as dívidas

Enquanto não se libertar dos pequenos créditos que penalizam o orçamento familiar, como é o caso do cartão de crédito (não dos créditos de longo prazo para compra de casa ou carro), não adianta poupar. A sua poupança caminhará sempre a um ritmo mais lento do que as dívidas, que têm taxas bem mais elevadas.

2. Atenção à fonte de informação

Cuidado com os conselhos dos amigos, ou mesmo do gestor de conta do banco. Ainda que não sejam mal-intencionados, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. É frequente os esquemas piramidais serem promovidos pelos amigos. Atenção aos influenciadores digitais que dão conselhos, mas são pouco isentos. Os analistas independentes são credenciados pela CMVM.

3. Encare a poupança como um encargo regular

Não poupe apenas o que sobra no final do mês, pois corre o risco de não conseguir colocar de lado qualquer montante. Seja disciplinado. Assim que recebe o salário, ponha de lado uma quantia ou programe, por exemplo, uma transferência automática para um PPR, para evitar o “esquecimento”.

4. A primeira poupança é para o “fundo de emergência”

Crie uma almofada financeira para fazer face a imprevistos e evitar recorrer ao cartão de crédito. O “fundo de emergência” deve ter o equivalente a seis salários, aplicados em produtos sem risco, de capital garantido, e facilmente convertíveis em dinheiro, como depósitos e Certificados de Aforro.

5. Tenha a inflação como referência de rendimento

Se as poupanças valorizarem menos do que a taxa de inflação, isso significa que o dinheiro está a perder valor, o que, a longo prazo, pode ser muito prejudicial. A expressão “o dinheiro vale cada vez menos” deve-se a uma subida dos preços maior do que o rendimento gerado pelas aplicações que faz. Acontece, por exemplo, com os depósitos a prazo, que rendem quase nada. Por esse motivo, colocar todas as poupanças numa conta à ordem é uma má estratégia. Neste momento, não é fácil encontrar produtos com rendimento superior à inflação, mas deve procurar o melhor rendimento para minimizar o efeito da subida dos preços.

6. Inicie a poupança para a reforma o quanto antes

Quanto mais cedo iniciar a poupança de longo prazo, mais pode acumular. Não apenas porque tem mais anos de poupança, mas porque pode aplicar em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis. Assim, o efeito de capitalização será bastante maior. O ideal é iniciar quando entra na vida ativa, mesmo que as quantias sejam pequenas.

7. Não invista em produtos estranhos

Cuidado com o investimento em produtos que desconhece ou não entende. Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas e, por norma, são criados de forma a apresentar um rendimento potencial interessante. Contudo, este raramente se verifica porque, para tal acontecer, seria preciso obedecer a certas condições. Evite esses produtos.

8. Diversifique por vários bancos e produtos

É famosa a expressão “não coloque os ovos todos no mesmo cesto”, porque se cair, fica sem poder fazer omeletes. Significa que deve diversificar as poupanças por vários produtos e instituições de forma a diminuir o risco. De preferência, aplique em cada instituição apenas o montante definido no Fundo de Garantia de Depósitos e no Sistema de Indemnização aos Investidores: até 100 mil e 25 mil euros, respetivamente.

9. Arrisque, mas apenas com dinheiro de que não necessita

Nos produtos de maior risco aplique apenas o montante de que não vai necessitar a curto ou médio prazo. No caso dos ativos sem capital garantido, como fundos de investimento ou ações, invista por prazos superiores a cinco anos, de forma a poder recuperar de períodos menos bons, como a queda dos mercados financeiros. Não resgate numa altura menos favorável.

10. Escolha os produtos de acordo com o seu perfil

Não há duas pessoas iguais, mesmo em termos financeiros. As necessidades económicas, o património e a própria personalidade são distintos. Há quem seja totalmente avesso ao risco e há quem prefira arriscar mais. Conhecer o seu perfil de risco é fundamental para escolher os produtos financeiros adequados e… dormir descansado, sem sobressaltos. Teste, por isso, o seu grau de aceitação de risco, os conhecimentos e veja se tem tempo disponível para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos.

* Especialista em produtos de poupança. Analista financeiro independente registado na CMVM. Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra. Artigo publicado originalmente pela DECO – Protesto.

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