A Comunidade Intermunicipal (CIM) Aveiro reuniu com Centro PINUS sobre a receção de investimento do PDR2020 na região e o papel mais ativo que os municípios podem vir a ter no ordenamento florestal na região. 47,6%% da região de Aveiro corresponde a floresta, sendo o Pinheiro-Bravo a segunda maior espécie, com uma taxa de ocupação de 23,5%.
Nesta reunião foi abordado o tema da captação de investimento no PDR2020. Os investimentos do PDR2020 ficam muito abaixo do que a região necessita para todas as espécies florestais deste território.
A região de Aveiro teve aprovados pelo PDR2020 apenas 0,8 milhões de euros, 0,5% do valor aprovado em todo o país, o que é incoerente com a importância da floresta neste território, em que representa, 47,6% do território.
O Centro PINUS já apresentou, neste sentido, as medidas que propõe ao Governo para essa reversão, e que já partilhou com a CIM Região de Aveiro. Porém, estando ainda as regras do novo PDR em negociação, e sendo que apenas ficará disponível entre 2022 e 2023, o Centro PINUS afirma ser imprescindível aproveitar o investimento atualmente disponível para o curto e médio prazo – o Plano de Recuperação Económica. Com a sua utilização e a possibilidade de maior flexibilidade, poder-se-á levar investimento a regiões que têm sido deixadas para trás, como a de Aveiro, pelo facto de predominar a propriedade privada de pequena dimensão.
Nas últimas duas décadas perdeu-se 28,5% da área de Pinheiro-Bravo na região, tendência esta superior quando comparada a nível nacional. A principal causa foram os incêndios, por destruírem a capacidade de regeneração natural. De realçar que o Pinheiro-Bravo é uma espécie autóctone e pioneira, que consegue colonizar solos pobres, contribuindo para a qualidade da água e evitando a erosão, sendo ainda o maior reservatório de carbono da floresta nacional, o que lhe dá um importante papel no combate às alterações climáticas.
De notar que 12% das indústrias transformadoras da região estão ligadas à Fileira do Pinho e que o volume de negócios total associado atinge os 216 000 000 euros. O Centro PINUS, estima que até 2030, para atingir a meta mínima de 727 mil ha da Estratégia Nacional para as Florestas e reverter o decréscimo da espécie, será necessário um investimento total de 564 milhões de euros.