Reformei-me… e agora ?

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Envelhecimento.

A reforma é uma fase da vida que pressupõe ajustamentos e mudanças, mais ou menos substanciais, na vida da pessoa.

Por Albertina Costa *

Esta reorganização gera por vezes alguma ansiedade, que pode condicionar bastante acapacidade que as pessoas terão de se ajustar a novas formas de viver.

Se por um lado há quem opte por continuar a trabalhar, outros há que anseiam por fazer um corte com a atividade que desenvolveram. O que é importante é encontrar e desenvolver atividades que possam manter-nos ativos/as física e mentalmente, numa estratégia proativa no combate ao isolamento e apatia.

Estudar, ler, viajar, fotografar, caminhar, praticar exercício físico adequado, sobretudo atividades de interação que promovam o bem-estar e a socialização.

É bom lembrar que cada pessoa tem o seu perfil de competências muito próprio, que
pode ser diferente do comum na sua idade e que tem de ser respeitado – o que me faz
feliz não é o mesmo que faz felizes os meus vizinhos.

Potenciar capacidades sabendo respeitar o ser único que cada ser humano é, tendo como objetivo uma vida com dignidade com respeito pela individualidade e autonomia, sem paternalismos, deveria ser a preocupação fundamental de familiares e instituições de apoio. Nomeadamente os Centros de Dia deveriam evoluir no sentido de respeitar os ritmos e as preferências individuais dos seus utentes.

Com frequência ouvimos dizer ou dissemos mesmo: “quando me reformar vou concretizar os projetos que não consegui desenvolver enquanto trabalhei”. Sim, há necessidade de fazer projetos sejam eles quais forem, por mais simples que sejam, procurando dar um sentido à nova vida. Por vezes surgem problemas inesperados que vem inviabilizar ou adiar essas nossas intenções, doenças do próprio ou de familiares, necessidade de ajudar filhos e
netos, entre outros motivos. No entanto, tudo é concretizável com a frequência possível.

Infelizmente ainda existem muitos preconceitos e discriminação contra idosos. A ideia
de que pessoas mais velhas não têm valor ou não deveriam ser totalmente independentes, prejudica a sua qualidade de vida e até mesmo a longevidade. Os meios de comunicação social, através das imagens que acompanham as reportagens, contribuem muito para construir os estereótipos existentes, menorizando os contributos que esta população dá e pode vir a dar para a sociedade.

Vivemos mais anos mas o desafio é vivermos mais anos com saúde e com o sentimento de que fazemos parte integrante da comunidade, com todos os direitos e deveres.

Apressemo-nos sobretudo a viver felizes!

* Artigo publicado originalmente no boletim informativo da APRe ! Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados.

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