Sempre fui um acérrimo defensor de que devemos manter ao máximo a produção nacional e reduzir drasticamente a dependência externa, sobretudo naquilo que nós podemos e devemos fazer bem.
Por Carlos Brandão *
Foi com muito pesar que assisti ao longo da história dos últimos anos o “abate” dos sistemas de produção tradicionais desde os sectores primários (em larga escala) até ao sector secundário (em menor escala) para apostar TUDO no sector terciário.
O nosso erro foi, desde logo, querer ser o “bom aluno” e não contrariar, não bater o pé e não dissimular em nada todas as diretivas europeias que nos chegavam, como fizeram, por exemplo, os nossos vizinhos Espanhóis e fazer tudo direitinho para receber os subsídios que lá vinham para o efeito.
Existiram sempre aqueles que resistiram e que enveredaram por caminhos diferentes e que não fizeram somente o que era suposto que fizessem, que souberam inovar, empreender e ir mais além. Pois esses hoje estão bem e são o farol para todos os outros que querem trilhar o caminho do sucesso no futuro.
A nossa indústria tem ainda, apesar de tudo, algum peso e constitui uma boa quota parte das nossas exportações. É necessário acarinhá-la e dar todas as condições para que ela possa transformar-se e evoluir para o 4.0, permitindo ganhar escala e competir a nível global com muito maior força. É necessário também usar todos os trunfos de que dispomos como o clima e, principalmente, o Sol e colocá-lo ao nosso serviço, utilizando ao máximo a energia limpa que daí pode advir e utilizá-la para produção de energia elétrica, energia térmica, para iluminação natural etc. Utilizar as outras vertentes que podem ser exploradas como o vento, a energia das ondas, atividades ligadas ao oceano, a agricultura biológica e o fabrico de produtos sustentáveis ou, não fora hoje a “economia circular” um dos paradigmas de forte desenvolvimento na atualidade.
Os Prémios de Empreendedorismo e Inovação criados pela AECA em 2019 e que tiveram este ano a segunda Edição (devido à pandemia não se realizaram em 2020) surgiram exatamente para motivar, para incentivar e para fomentar a Inovação e o empreendedorismo na nossa região.
Começamos com poucos candidatos e fomos alargando o leque à medida que as empresas e os seus dirigentes e os seus quadros começaram a perceber o efeito motivador e mesmo de aceleração de calendário que este evento proporciona. Por vezes precisamos de uma razão, de um motivo para nos empenharmos mais e para irmos mais além!
Mesmo sem valores monetários em jogo, o simples reconhecimento do mérito e o prestígio que o nossos Prémios encerram (porque passaram no crivo de um júri competente, ligado ao meio Científico, Empresarial e Autárquico), são elementos suficientes para a valorização da própria empresa e do trabalho que esta desenvolve. No fundo a empresa fica reconhecida pelo meio Inovação e Empreendedorismo Fundamentais Para a Região.
São cada vez mais surpreendentes os projetos que nos chegam e não só do sector industrial mas também do sector do turismo, dos serviços, o que nos faz acreditar que o futuro é promissor para as nossas empresas e para a nossa região!
Aproveito esta oportunidade para desejar um Bom ano a todos os nossos Associados, parceiros e a todas as pessoas que connosco vão trilhando este caminho de interajuda e de procura de mais e melhores meios e condições para ajudarmos as nossas empresas e a nossa região.
Feliz 2022 para todos!
* Presidente da Direção da Associação Empresarial de Cambra e Arouca (AECA). Editorial da revista “Encontros” dedicada aos “Prémios Inovação & Empreendedorismo”.
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