Sobre as considerações do Bloco de Esquerda de Aveiro em relação à entrada do PAN na Assembleia Municipal de Aveiro.
1. No âmbito da apresentação da lista única para os seus órgãos concelhios, o Bloco de Esquerda de Aveiro escreveu, e citamos: “A entrada de um novo partido para a Assembleia Municipal, o PAN, ficou marcada pela sua abstenção nos documentos fundamentais da governação municipal, muitas das vezes sem sequer intervir, por faltas nas reuniões do órgão e nos debates promovidos pela comunicação social.
2. O PAN considera que estas considerações são falsas e reveladoras de uma pequenez política que, sem nos surpreender no tom, espanta-nos na ousadia do conteúdo.
3. O PAN, até pela ordem de intervenção imposta pelo Regimento Municipal, é sempre o primeiro a intervir, e nunca deixou de se manifestar em relação aos documentos que considera fundamentais da governação municipal.
4. O PAN votou quase sempre contra ou a favor. E quando se absteve, foi com a convicção e consciência de que era a melhor posição a ter sobre a matéria em causa.
5. O PAN quando não tem nada a acrescentar, ou contributos pertinentes a emprestar ao debate, não intervém. Escuta. Aprende. Reposiciona-se, se for preciso.
6. O PAN não confunde intervenção política, com ruído inconsequente, assente em dogmas e preconceitos bolorentos, fundeados no arcaico conflito entre esquerda e direita. Sabemos que, para alguns agentes políticos, é difícil compreender que possa haver existência entre esta dicotomia. Mas há.
7. O PAN não se deixa instrumentalizar por nenhum partido ou outra qualquer entidade, que julgue ter legitimidade para “recomendar” ou “sugerir” o sentido de voto do PAN ou o momento em que o Partido deve intervir.
8. Não obstante, o PAN foi um dos partidos que apresentou mais recomendações ao Executivo Municipal.
9. O PAN foi o partido que viu serem aprovadas mais recomendações em sede de Assembleia Municipal.
10. Na maior parte das vezes, o Bloco de Esquerda votou favoravelmente as propostas do PAN.
11. Na quase totalidade das vezes, o PAN votou favoravelmente as propostas do Bloco.
12. O PAN não tem nenhuma ausência injustificada. As poucas faltas registadas foram todas oportunamente fundamentadas por razões de saúde, familiar ou profissional dos seus representantes. O PAN é um pequeno partido, que não tem profissionais da política ou deputados nacionais nos seus órgãos concelhios.
13. Os debates na Comunicação Social que o Bloco se refere, resume-se a apenas um órgão (o PAN nunca foi convidado para mais nenhum), no qual o PAN suspendeu por alguns meses a sua participação, pelos mesmos motivos acima mencionados.
14. Com esta leviandade absurda que atirou sobre o PAN, baseada apenas nos constrangimentos estruturais de um partido novo, o Bloco revela o desprezo pelos mais pequenos e entra em contradição frontal com a sua capa de partido tolerante, revelando um autoritarismo moral, ético e intelectual, completamente antagónico com a imagem complacente que pretende mostrar.
15. O objetivo do Bloco é impedir que maiorias aconteçam, conquistar o espaço dos outros, meter mais um nos órgãos.
16. O objetivo do PAN é contribuir para a resolução dos problemas, promover pontes para conquistar caminho, estimular a decisão, mesmo que isso signifique atribuir mérito a outros.
17. Com a aproximação das eleições, não será de todo desajustado concluir que o Bloco já apontou o PAN com um dos seus adversários, esquecendo-se que, com este tipo de comportamento, de atoarda cáustica em punho, a maioria que o Bloco pretende impedir, tenderá a aumentar.
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