Quercus monitoriza a atividade cinegética na região

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Pateira de Fermentelos (foto cedida pela Quercus).
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A Quercus Aveiro irá acompanhar o cumprimento dos planos de gestão das zonas de caça associativas e municipais do Baixo Vouga, durante a época venatória 2020/2021.

No caso da Pateira de Fermentelos, a Quercus está a implementar, em colaboração com o fotógrafo de natureza, Armindo Ferreira, uma ação de monitorização das populações de aves aquáticas. Para aferir o impacto da caça e outras eventuais atividades sobre a conservação do ecossistema, diversas espécies protegidas fazem parte da monitorização.

Os resultados preliminares mostram que existem cerca de 40 casais de Garça-vermelha, de 25 de Garça-noturna, 20 de Garça branca-pequena, 15 de Íbis-preta, 6 de Águia-sapeira e 8 casais de Águia-de-asa-redonda.

Tal diversidade e riqueza ornitológica fez com que fosse classificada como Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, Sítio de Importância Comunitária, Zona Húmida de Importância Internacional e reconhecida como Área Importante para as Aves.

A Quercus continua a registar problemas com a prática da caça, nomeadamente o abate de espécies não cinegéticas, o uso de cevadouros para atrair os animais, o uso de luz artificial com o propósito de caçar durante a madrugada e o desrespeito pelas distâncias de proteção dos povoados, estradas municipais e percursos pedestres.

Pretende-se assim, em conjunto com as autoridades fiscalizadoras, fazer uma avaliação do cumprimento da legislação e das condições que regulamentam o exercício da caça nestas zonas de caça.

A Quercus considera que a prática da caça não é compatível com a preservação da biodiversidade, pondo em causa o estatuto de proteção especial da Ria de Aveiro e demais áreas limítrofes. Numa área reconhecidamente detentora de elevados valores naturais, procurada por milhares de pessoas de todo o país e estrangeiro em atividades de ecoturismo e observação de aves, em muito fomentadas por projetos municipais, é inconcebível que a atividade cinegética coexista com o ecoturismo.

A Quercus defende que a promoção do usufruto sustentável dos recursos naturais pode potenciar o turismo de natureza, enquanto produto turístico estratégico, e atrair e captar novos segmentos da procura turística, de acordo com os novos padrões de comportamento de turistas e visitantes nacionais e internacionais.

A Quercus relembra que o turismo de natureza é o segmento turístico que mais cresce no mundo e permite o desenvolvimento económico das comunidades locais em áreas de preservação ambiental, podendo gerar um impacto económico elevado.

Considerado um dos melhores destinos para a observação de aves, o Baixo Vouga apresenta excelentes condições para o desenvolvimento da atividade, que pode ser enriquecida com outras valências da região como a gastronomia e o rico património cultural, potenciando assim os investimentos em infraestruturas realizados pelas autarquias locais.

Apela-se aos caçadores da região que cumpram a lei, de modo a garantir a preservação das espécies cinegéticas, a conservação das espécies protegidas e a fruição com respeito do espaço natural.

Quercus – Núcleo Regional de Aveiro

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