O Núcleo Regional de Aveiro manifesta-se contra a forma como estão a ser executadas as podas de centenas de árvores um pouco por todo o distrito.
Os serviços camarários não podem ignorar que a rolagem, ou seja, o corte de ramos com diâmetro superior a 8 centímetros, é desaconselhado pelos técnicos de arboricultura, como forma de efetuar uma correta manutenção das árvores ornamentais. Entre outras consequências nefastas, esta prática reduz o valor patrimonial das árvores, diminui a sua longevidade e aumenta o risco de acidentes por originar pernadas com menor resistência.
Deste modo, as intervenções realizadas evidenciam uma preocupante falta de conhecimentos na área da arboricultura. Seria de esperar, de alguns municípios da região, pelo conjunto dos seus valores paisagísticos, maior competência na gestão dos seus espaços verdes. Esta situação é particularmente incompreensível quando alguns serviços camarários recebem formação especializada, destinada, precisamente, a divulgar boas práticas no domínio da arboricultura.
Olhando para o que se passa, na atualidade, nas ruas de algumas cidades, a Quercus Aveiro desconfia dos verdadeiros objetivos destas intervenções. Mais incompreensível ainda é o facto de as câmaras municipais e juntas de freguesia, ao mesmo tempo que permitem a delapidação do seu vasto património arbóreo, anunciem investimentos para tornar as suas cidades e vilas mais verdes e sustentáveis.
O Núcleo Regional de Aveiro reitera, publicamente, a disponibilidade para colaborar com as autarquias, no sentido de garantir que, de futuro, as intervenções camarárias nas árvores ornamentais, sejam orientadas por boas práticas.
Para já, é fundamental suster as operações em curso e promover a recuperação, dentro do que for tecnicamente possível, das árvores que foram severamente mutiladas.
A Quercus apela ainda aos cidadãos que lhe comuniquem todos os casos de poda e corte abusivo de árvores nas suas ruas, vilas e cidades
A Direção Regional de Aveiro da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza