Com as eleições autárquicas a aproximarem-se, é essencial refletirmos sobre o perfil ideal que um candidato a Presidente de Câmara deve ter, uma vez que a gestão municipal é a base do funcionamento do estado, impactando diretamente a vida dos cidadãos. Por isso, os eleitores devem exigir um elevado nível de competência, transparência e visão estratégica dos seus futuros autarcas.
Por Diogo Fernandes Sousa *
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A política autárquica tem sido frequentemente marcada por casos de opacidade e corrupção. Um bom Presidente deve ser alguém com um percurso sem suspeitas de envolvimento em esquemas duvidosos. Além disso, deve comprometer-se com uma governação transparente, onde as decisões sejam justificadas e abertas ao escrutínio público.
Embora a política não deva ser um clube exclusivo de especialistas, gerir uma autarquia exige um nível mínimo de conhecimento técnico. Um candidato ideal deve ter experiência em áreas pertinentes como, por exemplo, planeamento urbano.
O Presidente deve representar o interesse da população, não os interesses de grupos económicos ou partidários. É fundamental que tenha autonomia para tomar decisões sem estar refém de lobbies imobiliários, empreiteiros ou outros setores que frequentemente exercem influência sobre os municípios.
Deve ser acessível e saber ouvir. Ter um discurso claro, compreensível e próximo da realidade dos munícipes. Deve ser alguém que está presente no terreno, que conhece os problemas reais da população e que não se esconde nos gabinetes.
As autarquias não podem ser geridas apenas com medidas imediatistas e populistas. O Presidente deve ter um plano claro para o desenvolvimento sustentável do município, assegurando investimentos estratégicos e promovendo o crescimento económico sem comprometer o futuro.
Muitos municípios enfrentam dificuldades financeiras devido a má gestão dos recursos. Um bom Presidente deve ser responsável pela administração do orçamento municipal, evitando gastos desnecessários e garantindo que os impostos pagos pelos cidadãos sejam utilizados de forma eficiente.
Concluindo, os municípios são o nível mais próximo do poder e têm um impacto direto na qualidade de vida dos seus cidadãos. Assim, os eleitores devem ser exigentes, criteriosos e não se deixar levar por discursos vazios ou promessas irrealistas. O futuro das autarquias depende das escolhas feitas e só candidatos com integridade, competência e visão devem merecer a confiança dos eleitores.
* Escritor do Livro “Rumo da Nação: Reflexões sobre a Portugalidade”. Professor do Instituto Politécnico Jean Piaget do Norte.
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