Quase todos os portugueses “estão a usar máscaras sociais ineficazes”

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Máscaras Protect Others.

Normativas europeias contrariam praticamente todas as máscaras sociais usadas em Portugal.

Quase todos os portugueses “estão a usar máscaras sociais ineficazes”. Quem o diz é Lourenço Aroso, diretor operacional da PPTex que está a produzir a máscara “Protect Others” uma das proteções deste género mais exportadas a nível europeu.

A maior parte da população em Portugal utiliza máscaras de nível III com apenas 70% de grau de filtragem, o que contraria a nova norma europeia “CWA 17553:2020 (E) 29” que aconselha os habitantes dos países da comunidade europeia a usarem máscaras com um mínimo de eficiência de filtração de 90%, que corresponda ao nível II.

“A grande parte dos portugueses está a usar máscaras de fraca qualidade para combater o flagelo da Covid-19. O caso ganha principal relevância quando as recentes normativas europeias determinam que os dispositivos de proteção social deverão ter um grau de eficiência de filtração de mais de 90%”, prossegue Lourenço Aroso.

Para o responsável da PPTex os responsáveis pela regulação desta matéria em Portugal “facilitaram” ao admitirem e até promoverem modelos deste género.

A máscara “Protect Others” é fabricada nacionalmente e está a ser exportada para dezenas de países. O motivo do sucesso é ter sido pioneira ao criar uma máscara com capacidade de 50 lavagens e ainda oferecer um grau de proteção acima de 95%, o que praticamente “a equipara a um dispositivo médico”. Mas em Portugal a maior parte das pessoas usa dispositivos que Aroso considera não serem “minimamente aceitáveis”.

O diretor operacional da empresa sediada em Santo Tirso afirma que na semana passada testou várias máscaras, algumas que estão a ser distribuídas pelas Câmaras Municipais e “verificámos que ao fim de duas ou três lavagens já não apresentam sequer fiabilidade”.

Cada fabricante de EPI’s deve verificar a conformidade das máscaras com os requisitos legais, tanto no que diz respeito ao número de lavagens, como no que diz respeito ao nível de proteção.

O Infarmed categorizou as máscaras em três níveis. As de nível 1, são exclusivas para os
profissionais de saúde, pessoas de grupos de risco ou doentes, as de nível 2 estão destinadas aos profissionais com contactos frequentes com o público e as de nível 3 aos outros profissionais e à população em geral.

“As de nível 2, classificadas como artigo têxtil, implicam uma capacidade mínima de filtragem
de 90%, enquanto as de nível 3, com igual classificação de artigo têxtil, ficam-se pelos tais 70%.

Uma máscara cirúrgica, conforme o seu tipo, está acima dos 90, 95 ou 98 por cento de filtração”. E é aqui que há uma questão que inquieta Lourenço Aroso. “Se há empresas que produzem máscaras comunitárias de nível 2, dentro dessas percentagens de filtração, para quê deixar as pessoas andarem com as de nível 3?”. É uma imprudência, porque o vírus é o mesmo, quer esteja dentro ou fora dos hospitais”.

Os países e as localidades onde o uso de máscaras é mais comum têm tido um grau de propagação da Covid-19 muito inferior do que os que esta prática não é imposta ou generalizada.

Neste momento, Portugal é o país com o segundo número de mais novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. Há cinco dias que o número de internados sobe no nosso país.

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